terça-feira, 12 de junho de 2012


Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 10


12/06
Os Livros Proféticos
Panorama do AT – cap. 12-23
Conheça Melhor o AT – pg. 214-257
Entenda o AT –pg. 127-143

I. OS PRIMEIROS PROFETAS DE ISRAEL

1. Jonas – A Grande Compaixão de Deus

Declarar a universalidade do julgamento quanto a graça de Deus. Deus julga a iniquidade e reage ao arrependimento.

Valor Teológico

1. Deus usa seus servos para levar adiante seu plano de proclamar a ira de Deus  pelo pecado e sua graça aos que se arrependem e creem.
2.  Deus vence, ele controla os fatos e cumpre seus planos, disciplina seus servos levando-os a obedecer-lhe.
3. Devemos cumprir fielmente a vontade de Deus compartilhando sua mensagem que ele nos entrega.
4. Deus é um Deus missionário.

2. Amós – O intento de Deus em Destruir Israel

Soar a trombeta avisando a liderança do iminente julgamento de Deus sobre a nação, esse julgamento derivava da corrupção espiritual, moral e social. Amós é o pregador da justiça.

Valor Teológico

1. Todos os povos darão conta a Deus por seus pecados.
2. O povo de Deus será julgado se menosprezar a graça

3. Oséias – Ausência do conhecimento de Deus, ausência do amor, ausência da verdade.

O objetivo deste livro é registrar a chamada divina ao arrependimento de Israel [Reino do Norte] que se encontrava em estado de abominável “adultério espiritual”. Deus ama inextinguivelmente e com um coração disposto a receber o povo de volta pelo arrependimento.

Valor Teológico

1. O pecado não é algo sem importância para Deus, é uma traição de um compromisso amoroso.
2. Apesar do caráter terrível do pecado, o amor de Deus é ainda mais profundo. Ele perdoa e restaura o quebrantado.

II. OS PRIMEIROS PROFETAS DE JUDÁ

1. Miqueias – Deus vem em seu socorro

O objetivo do livro era  enfatizar o peso da próxima ira divina sobre a nação, em virtude dos seus pecados de violência e injustiça social, mesmo sendo religiosos. Também o livro  lembra da futura vinda do Messias, que surgiria de origem humilde para governar, com justiça e verdade.

Valor Teológico

1. Deus julgará que não governa com justiça
2. Rituais vazios são inúteis. Deus deseja que seu povo tenha um coração humilde e se comporte justa e bondosamente.
3. O Messias que nasceria em Belém [Mt 2:3-6], um dia governará toda a terra.

2. Isaías – Julgamento e redenção por parte do Santo

O objetivo central do livro é lembrar à nação o programa divino de libertação, especialmente o seu programa redentor através do Messias, que primeiro viria como o Servo Sofredor e, mais tarde, como Governador de toda a terra [52:13-53:12].

Valor Teológico

1. Deus odeia o orgulho e ama a humilde. Os orgulhosos serão destruídos e apenas Deus será exaltado.
2. Deus tem o controle soberano sobre todas as nações da terra. Ele usa determinados povos como instrumento para punir outros.
3. Deus enviará o Emanuel, o Príncipe da Paz, o rei Messias sobre o trono de Davi para libertar seu povo e estabelecer seu reino de prosperidade, paz e alegria.

III. OS ÚLTIMOS PROFETAS PRÉ-EXÍLICOS

1. Naum – A ira de Deus sobre Nínive

O objetivo de Naum é consolar Judá com referência ao seu feroz inimigo, a Assíria. Naum revelou o detalhado plano divino para destruir e devastar Nínive completamente. É uma mensagem da soberania do Senhor sobe todas as nações.

Valor Teológico

1. Deus governa soberanamente as nações do mundo
2. Poderio militar e riquezas não podem livrar uma nação pecadora do juízo divino. Nenhuma nação é invencível.
3. Deus foi longânimo com Nínive quando enviou Jonas; Naum mostra que a paciência de Deus tem limite.

2. Sofonias – O Dia do Senhor

O objetivo do livro é um chamado urgente de condenação a idolatria, advertindo o povo sobre o grande dia da ira divina que estava para vir, mas o julgamento divino traria purificação e restauração.

Valor Teológico

1. Nenhum pecador, independentemente de sua nacionalidade ou religião, pode evitar a ira  de Deus no dia do Senhor.
2. Os arrependidos e humilhados serão purificados e alcançados para desfrutar a presença de Deus.

3. Habacuque – Respondendo a dúvidas sobre a justiça de Deus

O objetivo do  livro era enfatizar a santidade divina ao julgar o violento reino de Judá pelos seus pecados, muito embora Deus tivesse usado uma nação ainda mais ímpia para executar tal julgamento.

Valor Teológico

1. Muitas vezes os caminhos de Deus são misteriosos, mas é seu caráter que dirige sua maneira de agir.
2. O justo viverá pela fé.

4. Joel – O dia do Senhor – no presente e no futuro

O objetivo do livro era  chamar a nação de Judá ao arrependimento como uma reação adequada aos julgamentos do Senhor [gafanhotos – estiagem] para que uma calamidade mais devastadora não viesse sobre eles. Também Joel visa apresentar o futuro Dia do Senhor.

Valor Teológico

1. A única maneira de evitar o julgamento de Deus é nos arrependermos verdadeiramente e confiarmos em sua misericórdia.
2. No Dia  do Senhor, Deus julgará os ímpios e abençoará os justos com sua presença.

4. Jeremias – Vencendo o engano e a perseguição

O objetivo do livro é registrar as admoestações do Senhor ao país que se precipitava em desastre espiritual e destruição nacional. Registra-se a rejeição a Lei e a recusa inflexível  para com a correção do profeta. A mensagem é que a nação se submeter-se ao julgamento do Senhor aceitando o cativeiro da Babilônia, para que a cidade e a nação fossem salvas da destruição total.

Valor Teológico

1. Deus fortalece aqueles a quem chama e aqueles a quem entrega sua mensagem
2. A confiança em falsas pregações é sinal de que o julgamento de Deus se aproxima
3. Que teme ao  Senhor poderá sofrer perseguição, mas não se deve deixar vencer pela pressão do público, de líderes religiosos ou governantes.
4. Os crentes devem chorar e clamar misericórdia de Deus em vez de se regozijar diante do julgamento divino pelos ímpios.

5. Obadias – O orgulho precede a queda

O livro tem dois objetivos: [1] Anunciar a destruição final de Edom por causa de sua violência contra Israel [2] Reafirmar o triunfo final do monte Sião no dia do Senhor, quando Israel possuirá a terra de Edom.

Valor Teológico

1. Demonstrar que orgulho por causa do poderio militar, saúde, alianças ou sabedoria não traz salvação, antes promove a queda.
2. Alegrar-se no julgamento dos outros precipita o julgamento de Deus.

IV. PROFETAS DO EXÍLIO

1. Ezequiel

O objetivo de Ezequiel é promover arrependimento e fé com aviso do julgamento iminente sobre Jerusalém e as nações e estimular a esperança e confiança sobre uma futura restauração.

Valor Teológico

1. Uma visão renovada do esplendor de Deus leva o homem a se prostrar, adorar e obedecer à sua Palavra.
2. Os crentes são atalaias de Deus, chamados para advertir os pecadores acerca do julgamento divino que lhe sobrevirá.
3. Deus é justo e as pessoas serão responsabilizadas apenas pelos seus próprios pecados.

2. Daniel

O objetivo de Daniel é declarar a soberania de Deus sobre todas as nações.
Valor Teológico

1. Toda a sabedoria vem de Deus. Ele a revela para seus servos fiéis para glorificar a si mesmo.
2. Deus tem todo o poder para controlar indivíduos e nações.

V. OS PROFETAS PÓS-EXÍLIOS

1. Ageu – Definindo as Prioridades

Fazer com que os líderes do povo continuassem a reconstruir o templo destruído, mostrando-lhes que os fracassos nos outros setores da vida eram resultados da negligência na obra do Senhor.

Valor Teológico

1. Apesar da oposição e das circunstâncias negativas, o crente deve  sempre dar prioridade ao que agrada e glorifica a Deus.
2. Deus  está mais preocupado com a santidade de nosso coração do que rituais externos.

2. Zacarias – Deus restaura Sião

O livro via levar o povo a insistir na conclusão da restauração imediata do templo e instruir a nação quanto ao seu futuro nos tempos messiânicos.

Valor Teológico

1. A única maneira de evitar a ira de Deus é nos arrependermos de nossos pecados.
2. Um dia, Deus julgará os ímpios de todas as nações, trará os justos dentre todos os povos para se unirem ao seu povo e habitará com júbilo no meio dele.

3. Malaquias – Honrando a Deus

O objetivo foi despertar o povo que restara em Israel da sua estagnação espiritual, com o intuito de possibilitar que o Senhor tornasse a abençoar suas vidas.

Valor Teológico

1. O amor de Deus e sua justiça não mudam.
2. Não podemos honrar a Deus pela adoração hipócrita.
3. Deus odeia o divórcio




terça-feira, 5 de junho de 2012


Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 9


05/06
Os Livros Proféticos
Panorama do AT – cap. 12-23
Conheça Melhor o AT – pg. 214-257
Entenda o AT –pg. 127-143

COMPREENDENDO E INTERPRETANDO OS PROFETAS

A Diversidade Entre os Profetas

Havia em Israel uma variedade de pessoas que exerceram o ministério profético. Moisés foi certamente o principal [Dt 34:10], no entanto esse muitos outros exerceram esse ministério, alguns foram profetas de ofício outros apenas profetizaram uma única vez [Nm 11:10-17,24-25]. Haviam profetas que também eram sacerdotes, como Samuel, Jeremias e Ezequiel. Outros era também chamados de videntes [II Sm 12:1-15]. Alguns realizam milagres, como Eliseu [II Rs 4], embora a maioria deles não tinham poderes sobrenaturais. Também a bíblia registra o ministério das profetisas, como Miriã [Ex 15:20], Débora [Jz 4:4] e Hulda [II Rs 22:14-20]. Em fim Deus usava pessoas de classes sociais diferentes para proclamar em vários contextos, as suas mensagens, essa diversidade facilitava a mensagem alcançar várias pessoas da sociedade.

Características do Ofício Profético

A palavra “profeta” significa “porta-voz de Deus”, eles, diferentemente dos falsos profetas [Jr 23:13-22] transmitia a vontade de Deus, entregavam profecias que  se cumpriam [Dt 18:20-22], possuíam uma caráter santo [Mq 3:8] e sobretudo adoravam ao Deus verdadeiro [Dt 13:1-5], eram cheios de coragem [Mq 3:8]
 Eles entregavam palavras de julgamentos e mensagens de esperança. Seus chamados para o ofício profético geralmente estão ligados a uma visão de Deus aliada a presença do Espírito de Deus em suas vidas [Is 6, Ez 1-3]. Recebiam suas palavras diretamente de Deus, às vezes por sonhos e visões e as transmitia com fidelidade.  Essa transmissão era feitas oralmente ou por meio de encenações quase teatrais, esse método devia-se a obstinação e dureza do por de Israel [Ez 4:5]. Para revelar a autoridade e persuadir os ouvintes os profetas iniciavam e terminavam suas mensagens com a expressão “Assim diz o Senhor” “Disse-me o Senhor” “O Senhor veio a mim e disse”. Os ouvintes foram diversos. Amós e Oséias para os israelitas do norte; Jonas para a Assíria; Daniel para Babilônia e Pérsia, mas a maioria dos profetas proclamou para o po
vo de Judá.

A Mensagem dos Profetas

O tópico das mensagens variava de acordo com o contexto social, político e religioso. Suas mensagens se adequavam a necessidade. Amós tratou da injustiça em Israel, Oséias enfocou a ira de Deus por causa infidelidade do povo, Obadias condenou os endomitas por seu orgulho e maus tratos, Habacuque questionou o porque Deus usara os babilônios para julgar uma nação mais justa.

 A mensagem dos profetas possuía uma compreensão do caráter de Deus e da dureza do coração do homem. Eles chamavam o povo a verdadeira adoração, condenavam o pecado e desafiava o povo a um verdadeiro arrependimento. Usavam as a graça de Deus no passado para com eles e o grande amor divino em fazer com o seu povo uma aliança [Jr 11:1-13]. Arrependimento conduzia a benção, dureza e obstinação levava-os as maldições previstas na aliança [Dt 27-28]. Além das mensagens de juízo e destruição, também previam um futuro de paz, justiça e bênção, onde Deus perdoaria os seus pecados e lhe daria um novo coração [Ez 34:25-31] por meio da morte de um servo [Is 53] Deus faria uma nova aliança [Jr 31:31-34]. Daria seu Espírito [Jl 2:28,29] e a terra seria abençoada [Am 9:13-15]. A semente de Davi governaria [Is 9:1-7, Jr 23:5-7]. O domínio será do Filho do Homem [Dn 7:9-14]. Então os povos virão a Jerusalém para ouvir o próprio Deus [Is 2:1-4]. Um novo céus e terra passarão a existir e os mortos ressuscitarão [Is 65, Dn 12:1,2].

A Interpretação das Profecias

Não é fácil a interpretação dos livros proféticos, às vezes por causa da linguagem utilizada, principalmente o uso do simbolismo e a falta de uma compreensão para o leitor do contexto histórico da profecia revelada. Outro fator que dificulta a interpretação é a questão escatológica com respeito a compreensão do reino de Deus.

 Embora se tenha estas dificuldades o intérprete deve-se valer da pesquisa histórica, gramatical e cultural para a compreensão do texto. Há excelentes comentários em português. O leitor deve procurar o entendimento geral do livro mediante sua leitura completa e buscar compreender o contexto histórico do livro: O profeta prega para Judá ou Israel? Quem é o rei? Quais as condições políticas, sociais e culturais? Qual é o problema abordado? Qual o argumento do profeta? Que o profeta diz sobre o futuro?

   Uma questão problemática nas profecias do VT são as tentativas de enquadrar os ensinos do NT que falam da tribulação e do milênio. Parece [que os profetas não tinham uma compreensão bem distinta do conteúdo profético [Dn 12:8]. Assim parecem não fazerem distinção entre o céu [a eternidade futura] e o milênio [Ap 20], portanto parece difícil às vezes saber se  o texto profético refere-se ao céu ou ao Milênio. As profecias do VT são, sem dúvida nenhuma, um fonte de esperança e advertência sobre o dia do Senhor. Desafia-nos a confiar no plano soberano de Deus para o mundo, mesmo diante de todo o mal, das guerras, perseguição e dos desastres naturais. Eles revelam muito sobre o que Deus fará no futuro, mas para termos uma visão completa escatológica precisamos nos valer dos texto proféticos do NT [Mt 24, II Ts 2 e Ap]

Valor Teológico das Profecias

1. Deus revelou sua vontade aos profetas por intermédio do Espírito Santo.
2. Os profetas comunicaram a mensagem divina usando palavras compreensíveis a realidade dos ouvintes.
3. Deus revelou gradualmente as informações sobre o futuro.
4. O reino de Deus será estabelecido na terra onde o Senhor será adorado diante do seu trono.