quinta-feira, 29 de setembro de 2011

AULA DE ROMANOS 6

Escola Teológica Charles Spurgeon
Aula de Romanos
Prof. Luiz Correia
Apontamentos de Aula

ROMANOS 6

Paulo estava pintando um quadro onde a graça reina e triunfa sobre um quadro de culpabilidade universal [1:18-3:20]. Ao concentrar-se sobre essa graça maravilhosa oferece aos críticos combustível para se opor ao ensino da Justificação Pela Fé [veja Rm 3:8]. Então é hora de refutá-los. Este é o tema de Rm 6

Para os críticos a justificação pela fé torna inútil a prática de boas obras e, pior ainda, incentiva as pessoas a pecarem. Então “Vamos pecar cada vez mais a fim de dar a Deus a chance de perdoar mais e mais” [Rm 6:1]

A justificação pela fé não é uma mensagem perigosa e nociva? Se não é por obras que o homem é justificado isto não leva a frouxidão moral e uma vida sem frei e sem lei. Não incentiva ao pecado: pratiquemos o mal pois Deus é bom. [Mesma questão em Gl 2:16ss]. O nome disto é antinomismo [oposição a lei moral, ver Jd 4], pois descreve os que se colocam contra a lei moral e pensam que podem dispensá-la.

A resposta de Paulo é que a graça não só perdoa [judicial] mas ela liberta [santifica]. Nos une a Cristo [ver Slides 1-14]. Por meio da justificação [base] inicia-se um processo de santificação progressiva, de vitória do pecado [15-23], um novo processo de escravidão, não mas do pecado mas somos servos de Cristo.

Sempre que o evangelho da graça mediante a fé, ou seja, a salvação como uma dádiva de Deus, através de Cristo, sua morte, não por méritos humanos, mas apropriada pela fé somente é anunciado é natural uma reação por parte daqueles que ouvem de que tal evangelho é promotor de uma vida desregrada. O evangelho promove o pecado!  Inclusive eu creio que devemos esperar tal reação, pois esta reação legitima a pureza desta doutrina. Se nossa pregação não levantar tal crítica nossa pregação não é autentica.

É uma dúvida que pode ser gerada quando o evangelho é fielmente anunciado. Esta era a acusação dos judaizantes a doutrina da justificação da graça pela fé somente. Estes diziam que Paulo anunciava uma mensagem perigosa e destruidora, pois anunciava que o homem não é salvo pelas obras, mas por fé somente. Que tal ensinamento em vez de libertar o homem do pecado na verdade o encoraja. Cristo então passa a ser promotor do pecado.

De fato a pregação do Evangelho anuncia de forma tão extraordinária o perdão gratuito de Deus ao homem que é inevitável que venha tal dúvida. Pois essa graça é maravilhosa, pois Deus, em Cristo oferece perdão, paz ao coração culpado, purificação a consciência e a alma, reconciliação com Deus, restauração, glorificação, vida eterna, comunhão eterna tudo pela graça. Nenhum sistema religioso no mundo anuncia que a salvação se dar deste modo!

Então é possível que alguém possa ser exposto a esse evangelho maravilhoso venha a ser tentado a crer que esse Deus de amor, de misericordiosa não está preocupado com meus pecados, com minha ética, minha moralidade. Dirá os críticos: “O homem que foi levado a crer neste evangelho ele não terá nenhuma preocupação com a lei de Deus, pois ela não salva!”

É impossível pregar a mensagem do evangelho e não surgir tais questionamentos. Daí Rom 6.

Há quem então ensine ou mesma passe a viver um estilo de vida que, fundamentado no fato de que a salvação decorre tão somente pela fé e não por obras os dará um salvo conduto para viver uma vida de pecado, sem santidade, sem frutos, sem obras, pois afirmam – eu sou salvo pela graça e não por lei. Enfraquecem o senso de responsabilidade moral do homem, encoraja a transgressão da lei. Se Deus justifica pessoas más, de que vale ser bom?

Paulo como um excelente mestre-pregador sabedor de disto se antecipa a esse pensamento leviano de que alguns viverão uma vida pecaminosa, sem santidade, sem frei e sem lei, sem temor e sem princípios morais, pois, afirmariam: Sou salvo pela graça, não por obras da lei!

Resposta de Paulo:

1. A Justificação nos une a Cristo [Justificados em Cristo] [Rm 6:1-14]

Deus não somente perdoa o pecado, mas também nos liberta do pecado. A justificação não é uma ficção legal, na qual o status do homem é mudado, enquanto o seu caráter permanece imutável. Nossa justificação acontece quando somos ligados a Cristo pela fé e uma pessoa que foi unida a Cristo nunca mais será a mesma pessoa. Ela é transformada. Não somente a posição diante de Deus [de culpado para justificado] é mudada, é transformada, mas a pessoa é que é radicalmente transformada. É impossível uma vez unido a Cristo voltar para uma vida antiga e ter prazer no pecado, pecar a vontade, é impossível. Ele é uma nova criatura e começou uma nova vida.

A mesma graça que quer nos salvar da punição do pecado é a mesma que quer nos salvar da presença do pecado. A graça não nos leva para uma irresponsabilidade espiritual, não existe uma graça que pode lhe estimular a ser muito mal porque Deus é muito bom. Não existe uma graça que salva, mas não santifica! Mas o Cristo da Bíblia diz a mulher adultera: Nem eu tão pouco te condeno, vai e não peque mais.

Então não existe possibilidade nenhuma de alguém ser perdoado da culpa e não ser santificado. Pois não existe possibilidade nenhuma de Cristo ser ministro do pecado. Ele jamais estimulará um dos seus discípulos a viver uma vida no pecado! Ele é enfático – De maneira nenhuma...[Rm 6:2]

a. Nós morremos para o pecado [v.2]

Não indica insensibilidade ao pecado, mas fazer morrer os atos do corpo [8:13].

b. Morremos para o pecado através do batismo, que nos uniu em sua morte [v.3]

- O Batismo nas águas simboliza dramaticamente esta verdade, unido a Cristo.
- Não está ensinando regeneração batismal. O batismo não garante, ilustra uma realidade espiritual [I Co 1]

c. Participamos assim também de sua ressurreição [v.4-5]

- O nosso batismo foi uma espécie de funeral

d. Nosso velho eu foi crucificado [v.6-7] Gl 2:19-20]
e. A morte e a ressurreição de Cristo decisivos, Ele morreu uma vez por todas para o pecado, mas vive continuamente para Deus [8-10]
f. Somos aquilo que Cristo é, ou seja, estamos mortos para o pecado, mas vivos para Deus [v.11]

Temos que considerar o que de fato nós somos, a saber que estamos mortos, nossa velha vida terminou, a dívida paga e a lei satisfeita- não vamos mais querer coisa alguma com ela.

Ils. É como uma casada querendo viver como solteira. Ela pode viver? Sim, não é algo impossível. Mas é bom lembrar que ela não é. Olhe para a aliança do casamento, símbolo de sua nova vida com seu marido.
Pode um cristão querer viver como se ainda continuasse em seus pecados? Bem pode, pelo menos por um tempo, não é algo impossível. Mas ele deve lembrar quem ele é. É só recordar o batismo, símbolo de sua nova vida de união com Cristo e ele vai querer viver em conformidade com o compromisso.

g. Já que fomos vivificados da morte devemos oferecer nossos membros como instrumentos de justiça [12-14]

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