segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A MULHER E A PREGAÇÃO DA PALAVRA!

Introdução:

Atualmente vemos cada vez mais mulheres sendo ordenadas pastoras [apóstolas]. Com o avanço cada vez maior do papel da mulher na sociedade de um modo geral, conquistando redutos que outrora era dos homens [ex. Dilma Russef presidenta] a mulher adentrou-se e entendeu que ela deveria ser pastora. A controvérsia gira em torno de duas posições que fundamenta os dois lados da questão:
Os igualitaristas afirmam que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais; a subordinação feminina foi parte do castigo divino por causa da queda. Em Cristo, essa punição (e seus reflexos) é removida; assim as mulheres têm direitos iguais aos dos homens, um destes é ser pastora.
Os diferencialistas entendem que desde a criação [antes da queda]. Deus estabeleceu papéis distintos para o homem e a mulher, visto que ambos são peculiarmente diferentes. O homem e a mulher, com suas características e funções distintas, se completam. A diferença é funcional e não implica em diferença de valor ou em inferioridade de um em relação ao outro.
Defendo esta posição, por acha-la inteiramente fundamentada na Palavra, no entanto embora a mulher não venha a ser pastora isto não implica em que ela não seja pregadora. Sim como crente redimida e salva ela deve pregar [Mc 16:15]. Meu propósito é expor os campos de atuações legítimos em que a mulher cristã deveria atuar, e assim desafiá-la para o ministério da pregação que vai além do púlpito de uma igreja.  Onde [campo ministerial ou quem] deve a mulher pregar?

I.                   PREGUEM A PALAVRA AOS FILHOS [II Tm 3:4-5]

Creio que aqui estar um campo precioso onde às irmãs devem investir na pregação da Palavra, o lar, em especial os filhos. E como exemplo bíblico apresento-lhes a mãe de Timóteo, Eunice, bem como sua avó, Loide.

Timóteo teve uma influência maravilhosa de sua mãe. Foi criado em um lar temente a Deus. Sem dúvida nenhuma o lar é uma das maiores influência na nossa vida. Timóteo herdou de sua mãe algo precioso. Sua fé. Mas do que traços de personalidade, ele herdou algo que faria toda diferença em sua vida. A fé! Não herdamos a fé como herdamos traços genéticos. Como foi herdado?

Pelo Exemplo

A base para um ensino eficaz desta fé, é que eu devo conhecer e devo viver. Paulo fala de uma fé “sem fingimento”. Uma fé autêntica, uma fé sem hipocrisia. Este é um poderoso exemplo que uma mãe pode conceder ao seu filho. Essa fé já estava na terceira geração. Mesmo antes de conhecer a Cristo, elas eram mulheres judias piedosas, quando se converteram sua fé se tornou profunda e robusta. Foi enriquecida e completa pela revelação de Cristo em seus corações.

Não podemos querer que nossos filhos tenham algo que não exista em nós. Não podemos dar aquilo que não possuímos. A fé primeiramente tem que habitar no coração da mãe, para que ela seja capaz de implantar a fé em seus filhos.

Pelo Ensino

O ministério de Eunice era também o ministério da pregação. Ela ministrou a Palavra ao seu filho e isto desde pequeno. [II Tm 3:15].

“Timóteo foi criado de tal modo que pôde sugar a piedade junto com o leite materno” [Calvino]

Tudo isto com algo que seria em tese um fator contrário, ela tinha um esposo descrente. [At 16:1]. Ou seja, é possível, que mesmo diante de tal realidade ministrar, instruir e gerar um grande homem de Deus.

O Exemplo de Susana Wesley

Suzana foi mãe de John [15°] e Charles Wesley [18°], responsáveis por um grande avivamento na Inglaterra nos Sec. XVII. Suzana Wesley teve 19 filhos e levou a levou a sério o ministério de ser mãe. Ela entendia o compromisso da maternidade como a responsabilidade de educar e formar homens e mulheres de Deus. Era a responsável pela alfabetização e evangelização dos próprios filhos. Que ocorria sempre aos cinco anos com a leitura da Bíblia. Mas não era só. Susana preocupava-se em demasia com a felicidade e realização de seus filhos. Cada um deles tinha uma hora marcada para uma conversa em particular com a matriarca da família, onde ela lhes ouvia os problemas e alegrias da semana. É comovente ler o que João Wesley, vinte anos depois de sair da casa paterna disse à sua mãe: "Em muitas coisas a senhora tem intercedido por mim e tem prevalecido. Quem sabe se agora também, na intercessão para que eu renuncie inteiramente o mundo, terá bom êxito?...Sem dúvida será tão eficaz para corrigir o meu coração, como era então para formar o meu caráter."

Depois do espetacular salvamento de João do incêndio, sua mãe, profundamente convencida de que Deus tinha grandes planos para seu filho, resolveu firmemente criá-lo para servir e ser útil na obra de Cristo. Susana escreveu estas palavras nas suas meditações particulares: "Senhor, esforçar-me-ei mais definitivamente em prol desta criança, ao qual salvaste tão misericordiosamente. Procurarei transmitir-lhe fielmente ao coração os princípios da tua religião e virtude. Senhor, dá-me a graça necessária para fazer isso sincera e sabiamente, e abençoa os meus esforços com grande êxito!"

Na biografia sobre Susana Wesley comenta-se: “Quando nos perguntamos como vinte e quatro horas podiam conter todas as atividades normais que ela, uma frágil mulher de trinta anos, era capaz de realizar, a resposta pode ser achada nessas duas horas de retiro diário, quando ela obtinha de Deus, na quietude de seu quarto, paz, paciência e um valor incansável”.  Desde o ponto de vista puramente material, a história de Susana foi de uma miséria invulgar, privações e fracasso. Espiritualmente, em mudança, foi uma vida de riquezas verdadeiras, glória e vitória, pois ela nunca perdeu seus altos ideais nem sua fé sublime. Durante uma dura prova, ela foi ao seu quarto e escreveu: “Ainda que o homem nasça para o infortúnio, eu ainda creio que têm de ser raros os homens sobre a Terra, considerando todo o corso de sua vida, que não tenham recebido mais misericórdia do que aflições e muitos mais prazeres do que dor. Todos meus sofrimentos, pelo cuidado do Deus onipotente, cooperaram para promover meu bem espiritual e eterno… Gloria seja a ti, oh Senhor!”

S.T. Eis uma maravilhosa área da pregação da Palavra que as mulheres possuem. Mães invistam na educação espiritual de seus filhos. Leia a Bíblia com eles, ore com eles, reparta sua experiência com eles. No entanto há outro lugar...

II.                PREGUEM A PALAVRA AS MOÇAS [Tt 2:3-5]

Quero fazer 3 perguntas investigativas ao texto:

Quem deve ensinar?

É dado a Tito [pastor] a incumbência de ensinar as mais velhas sobre o comportamento adequado delas [3] as áreas são: [1] reverência, ou santidade, a postura de um sacerdote, ou seja “estar na presença de Deus” e que isto permeie sua vida. [2] Não caluniadoras, fofoqueiras [3] Temperantes. Então do negativo [o uso da palavra inadequadamente] para o uso edificante [v.4]. A boca deve ser para instruir, ensinar. A quem?

A quem deve ensinar e por quê?

As moças recém-casadas. Por quê? Veja que Paulo estava orientando pastoralmente a Tito sobre sua responsabilidade em lidar com vários tipos de pessoas dentro da comunidade [idosos, idosas, rapazes].
Quando ele chega especificamente as moças casadas acontece algo inusitado. Não é dado ao pastor o pastoreio direto sobre elas, é uma ação “terceirizada”, ou seja, Paulo orienta que Tito oriente as mulheres mais idosas a instruírem as mais novas. É óbvio, todo o pastor deve ter cuidado com a aproximação indevida as moças, especialmente um pastor solteiro. [No meu pastorado é aplico este princípio, fazendo aconselhamento as mulheres somente na presença de minha esposa.]

O que deve ensinar?

É dado as mulheres a incumbência de orientarem as mais jovens nas duas principais missão: [1] a amarem o marido e os filhos. A ordem aqui é importante [1] esposo primeiro [2] filhos depois. Além devem ser sensatas, honestas, boas donas de casa. [amar o lar] bondosas e sujeitas ao marido.

A mulher e a atividade profissional. Há dois perigos aqui. O primeiro é o ativismo [mulheres que trabalham] que leve a negligenciar o marido e os filhos. O segundo é a ociosidade [mulheres que não trabalham] que possa tornar a mulher desocupada e fofoqueira [I Tm 5:13, Tt 1:11]

Uma palavra para as senhoras: “Senhoras sejam exemplos para que possam ter autoridade para assim fazerem. As jovens precisam de exemplos e que vocês sejam!” Eis um ministério maravilhoso das mulheres [senhoras].

Uma palavra as mais novas: “Busquem as mais idosas, busquem as mais santas e tementes, aprendam com elas.” É profundamente lamentável que haja uma separação das gerações [eu sinto isto em nossa comunidade]. Há uma resistência entre as mais novas para com as mais velhas. Devemos quebrar esta barreira e fazer uma ponte entre as gerações.

S.T. Portanto preguem a palavras uma as outras, mas não somente isto, há outro espaço para a pregação da mulher...

III.             PREGUEM A PALAVRA AO MARIDO [incrédulo] [II Pe 3:1-4]

Embora o texto se aplique diretamente as mulheres casadas [com maridos incrédulos] os princípios são para todas as mulheres, inclusive as solteiras [ver 3-4].  Elas não devem “pregar” verbalmente, mas visivelmente [comunicação não-verbal]. Através da vida, do procedimento. Eu não creio que Pedro está se opondo a qualquer forma de explicação do Evangelho da parte da mulher para com seu marido. Visto que é impossível que apenas a vida, o procedimento seja suficiente para converter o pecador. Jesus era a própria palavra encarnada, foi perfeito, mas não deixou apenas seu exemplo de vida ausente de comunicação verbal do evangelho.

Assim entendo que Pedro não se opõe a pregação da mulher, o que se opõe seja a ansiedade ou insensatez da mulher que tentar impor sua fé “guela” abaixo. Esta atitude geralmente opressora ao invés de produzir bons resultados acaba é afastando mais e mais o homem do evangelho. Muitas mulheres cheias de boas intenções torna-se toca-fitas ambulantes. Em seus esforços de ganharem o marido para Cristo, mencionam Deus em cada sentença, e o marido não tem uma conversa normal com sua esposa. Ele ouve um sermão dela acerca de como Deus criou as vacas maravilhosas que tornaram possível o bife que está no prato do marido.

A mulher deve pregar principalmente com sua vida! Esta sua pregação ele verá. E assim ouvirá. A esposa conseguirá mais pelo comportamento do que simplesmente pela fala. Li de uma esposa: “Não contei ao meu marido que me converti. Quero primeiramente que ele note tal mudança em minha vida a tal ponto de perguntar: O que está acontecendo com você? Por que está diferente? Então, quando eu lhe disser, será compreensível”

E qual é o conteúdo deste meu sermão sem palavras?

Submissão - As mulheres devem “funcionalmente” se sujeitarem aos maridos. A título de organização, não como sinal de inferioridade ou mesmo fraqueza ou incapacidade.   Aqui o caso especifico é a submissão deve ser dada até mesmo ao um marido incrédulo. Obviamente essa submissão não é absoluta, mas condicionada, submissão absoluta somente a Deus. Esta estrutura mulher crente e marido descrente é uma relação que exige muita sabedoria, é por si só delicada [Ils. Irmã Isabel]. O costume da época é que as mulheres seguissem a religião do marido [que geralmente ocorre], não o contrário.

Honesto Comportamento [2:12]- É uma responsabilidade de todos os cristãos [aliás há uma crise de credibilidade no meio cristão evangélico devido a falta de um testemunho exemplar]. Esse honesto proceder é um forte testemunho de Deus no meio de nossa geração. Os “descrentes” nos observam. Somos pregadores ambulantes, mesmo calados. Somos sermões vivos, andando de um lado para o outro. Da mesma forma o marido, verá [observar atenta e reflexivamente]. “Minha esposa está diferente, não reclama, não murmura, não grita..., por que???” A marca maior deste comportamento é o temor, temor a Deus. É honesto [puro, limpo]. Este é a força do evangelho, o poder patente do evangelho que alcançou o coração da mulher e lhe transformou, a ponto de mesmo caladas, serem poderosamente eloquentes no seu testemunho.

Mansidão – Todos sabemos que a mulher é por natureza dada a beleza. Uma mulher descuidada é sinal de algum problema emocional. A beleza feminina é absolutamente normal [a noiva de Cristo]. O texto em nenhum momento argumenta contra a beleza feminina. A questão é que como a mulher é pecadora, essa ênfase natural da mulher pode ser invertida. A mulher pode preocupar-se excessivamente com a aparência em detrimento a vida interior. Então o que deve prioritariamente embelezar a mulher? [4] Seu traje mais belo é seu interior, seu vestido mais excelente é sua mansidão. É o intimo da pessoa, aquilo que ela é por dentro, isto é incorruptível [a beleza é corruptível 1:24],  a beleza é temporária, a beleza interior se aperfeiçoa e se adorna mais e mais com o tempo. Aqui fala da mansidão, que é uma confiança em Deus, uma mulher serena, tranquila e humilde. Que possui uma paz interior em relação ao Senhor. Isto sim tem valor!!! Sua fé vale mais que ouro e joias e beleza! E uma mulher temente seja ela quem for, é bela!

Conclusão:

Amadas irmãs, estejam cheias da Palavra e do Espírito Santo, que concede poder e então preguem a Palavra a seus filhos, preguem a palavra a moças e preguem a palavra aos maridos. Só? Claro que não! Preguem a palavra a toda criatura! [Mc 16:15]

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