Escola Teológica Charles Spurgeon
Análise de Romanos
Prof. Luiz Correia – 2011.2
PLANO DA 5 e 6ª. AULA: 4-7 de Romanos
Rm 3:19-21 – O Papel da Lei -A palavra "aio" ou "tutor" (NVI) vem de uma palavra grega que quer dizer, literalmente, "uma pessoa que conduz uma criança". Os aios na época de Paulo foram servos responsáveis pela proteção dos filhos de seus senhores, levando-os para a escola, corrigindo-os, etc. Não foram os professores, nem os pais, mas serviam para cuidar da criança. É claro que esta função foi temporária. Quando o filho chegou à maioridade, não estava mais sujeito ao aio. Em Gálatas, Paulo mostra que as pessoas que estavam sujeitas à lei de Moisés no passado não permanecem subordinadas a este "aio". Ele afirma que a lei cumpriu sua função temporária. Por isso, ela não tem o mesmo domínio depois da chegada da fé em Cristo.
Rm 3:21-31
A justificação não é o mesmo que perdão. Perdão é algo negativo, é a absolvição da penalidade ou dívida; justificação tem conotação positiva – é declarar que alguém justo e conceder o direito de desfrutar a comunhão com Deus. Perdão: Pode ir. Você está livre da pena que seu pecado merece. Justificação: Pode vir. Você é bem-vindo para desfrutar todo o meu amor e minha presença.
Justificação não é o mesmo que santificação. Justificar é declarar ou considerar uma pessoa justa, e não torna-la justa. Para o catolicismo a justificação é o mesmo que santificação [justificação infundida]. Ela se inicia no batismo, onde se purifica o pecado recebe uma justiça nova que é infundida paulatinamente mediante obras.
1. A fonte da justificação: Deus e sua graça [v.24]. Deus toma a iniciativa do início ao fim. O Pai não relutava, antes ele planejou. O Filho não coagiu Pai. O Filho não foi coagido também. Ele se entregou voluntariamente, sob submissão do Pai. Graça é Deus amando, Deus se humilhando em nosso favor!
2. A base da justificação: Cristo e sua cruz. Sob que fundamento Deus justifica o ímpio, pois afinal Ele é justo. Como pode um Deus justo justificar um injusto sem comprometer sua justiça. [Pv 17:15] A resposta é a cruz! Sem cruz não há justificação. [v.25]. Paulo expressa a cruz em termos de:
[1] Redenção –Termo comercial emprestado dos mercados. No AT usado para compra de escravos para serem libertos [remissão]. A ideia é que o homem pecador é um escravo e que a cruz pagou o preço de sua libertação.
[2] Propiciação – Ato de aplacar a ira divina, ou tornar Deus propício. Parece ser indigno a Deus. Vem da tampa de ouro da arca da aliança que ficava no Santo dos Santos. No dia da Expiação, o sangue do sacrifício era salpicado sobre a tampa da arca [o propiciatório]. Jesus pelo seu sangue propiciou a reconciliação entre Deus e o pecador.
[3] Expiação – É o ato de lançar “fora de” nós o pecado. Nosso pecado desaparece. A conta é paga, o pecado é removido [Sl 103:12]
Por que a propiciação é necessária? Por causa da ira de Deus contra o pecado!
Quem é responsável pela propiciação? Não o homem, mas Deus. Nós não podemos, mas Deus o faz! [Jo 3:16]
Como se consegue a propiciação? Por meio da morte de Cristo em nosso lugar.
3. O meio da justificação: a fé [v.22,25,26] – Sola fide! Fé não é mérito humano [salvação é monérgica!]. Salvação não é um empreendimento cooperativo do homem com Deus, onde ela entra com a cruz e eu com a fé. O valor da fé não reside nela, mas no objeto dela, Cristo. A fé é a resposta, a mão que recebe! Portanto a salvação não é pelas obras. A justificação pela fé é a espinha dorsal do cristianismo e a antítese de toda forma de auto-salvação. É o que diferencia o cristianismo de todas outras religiões. Fé envolve Conhecimento + Convicção + Confiança
Capítulo 4:
3:37 – Transição, indicando que o AT é um suporte a justificação pela fé, e o 4 [Abraão e Davi] ilustram esta verdade. Como temos visto esta doutrina não é em si mesma nova, ela foi preconizada no AT [1:2, 3:21].
O capítulo 4 é um exemplo que ilustra bem a doutrina da justificação pela fé.
Abraão –
1 a 5 - Abrão não tem o que se gloriar, pois não foi justificado por obras... A Escritura [unidade] revelam isto [v.3]. O termo imputar [creditar], do contexto financeiro ou comercial , significa colocar alguma coisa na conta de alguém [Fm 18]. Existem duas maneira de se creditar dinheiro na conta, como salário ou como presente. Duas formas incompatíveis [ils. Medalha/Presente – Graça e Misericórdia] [v.4-5]. Salário é um direito, uma obrigação [Rm 6:23]. Credita-se a fé como justiça, não como recompensa, antes como uma dádiva gratuita, não como um salário. Creditar a fé como justiça é uma decisão livre e imerecida da graça divina. A fé é meio pelo qual somos declarados justo, não o substituto da justiça.
6 a 8 – O mesmo pode ser falado sobre Davi e o perdão. Ele não apenas credita [cobra] os pecados, ele perdoa e os cobre. Ele não leva em conta os nossos pecados contra nós. [Fulano está pagando seus pecados???]
9-12 – Ele foi justificado antes ou depois da circuncisão? Será que ele foi circuncidado e assim foi justificado [rabinos]? Não, a fé veio antes da justificação!. A fé e a circuncisão estão separadas, mas há um vínculo, a circuncisão é um sinal da justificação. [v.11] [Semelhante ao batismo, como sinal visível]
17- 22 – A fé não é oposto a razão, nem sinônimo de crendice ou superstição, ela vai além mais não é irracional, ela tem base racional. O objeto da fé Deus e seu caráter: seu poder de criar e em ressuscitar mortos.
[v.18] Fé de crer em ter descendentes numerosos embora na época não tivesse um sequer.
[v.19] Fé que enfrenta o fato de que ele já era velho e sua mulher estéril. Fatos dolorosos e inflexíveis.
Sua fé foi provada e aprovada em Gn 22 na ordem divina de sacrificar Isaque [Hb 11:17ss]
Romanos 5
Depois de falar sobre a necessidade da justificação [1:18-3:20] e do meio pelo qual fomos justificados [3:21-4:25], agora ele descreve os frutos da justificação [bem-aventuradas consequências de P.]
1-2 – Slides [A graça nos traz paz, mas...não significa ausência de sofrimento]
3-4 – Somos povo de Deus, temos paz, reconciliados, mas sofremos. O sofrimento do justificado. Devemos nos gloriar no sofrimento, não pelo sofrimento em si, mas a graça regula. O sofrimento para alguns é motivo de “raiva”, para outros é uma escola que possibilita crescimento. Quais as bênçãos advindas do sofrimento cristão? [Slide]. Experiência [aprovação, maturidade] e esperança [você olha para trás e vê Deus cuidar de você]
Não devemos tão somente “suportá-las” estoicamente [friamente], mas nos regozijar nelas. Não um masoquismo, é entender que há um proposito de Deus. Não glória sem cruz!
5-8 [Slides] – Nas horas mais difíceis da vida [sofrimento] podemos achar que Deus não nos ama. Aqui vemos P. falando da obra do Espírito durante a nossa vida, vem a tribulação, mas vem sobre o eleito o amor derramado pelo Espírito que diante das maiores angustia, este amor nos protege e nos sustenta não permitindo que a tribulação nos destrua, nos amargue! Os efeitos do sofrimento serão revelados diferentemente na vida do crente e do não crente, por causa do poder do Espirito Santo.
Dar a vida por um justo/bom é algo difícil [valores éticos e bondade e doçura]. Eis o contraste que Paulo faz para dar destaque ao amor de Deus. Eis um exemplo inimaginável – Cristo! A última mentira que vc pode pensar quando vc passa por tribulação é que ele não está o amando. Ele deu sua vida quando nós não valíamos nada! Deus nos guardou e nos amou antes de tudo e sendo nós seus inimigos.
5-11 – Slides
12-21- Todos pecaram como Adão – é a raiz do pelagianismo [Pelágio, monge britânico do V sec.] que negou o pecado original e ensinou a auto-salvação. Este foi enfrentado por Agostinho. Para Pelágio, Adão foi o primeiro pecador e desde então todos acabaram o imitando, o seu mau exemplo. Paulo não afirmou isto.
Todos pecaram em e através de Adão, logo todos morrem...É teologicamente difícil, mas é isto que Paulo afirma. Adão é o cabeça federal/seminal.
Este conceito parece ser estranho a nossa cultura individualista, mas para os asiáticos e africanos não, pois eles vivem dentro deste conceito de solidariedade da raça, da tribo...[Acã ilustra esse conceito [Js 7:1,11], Cristo na cruz, não foi simplesmente Judas, Pilatos, mas nós o crucificamos [Is 53, Hb 6:6]
Slides – Adão e Cristo – Assim como somos condenados em virtude do que Adão fez, assim somos justificados por causa do que Cristo fez.
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