segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MARCA 5: UM ENTENDIMENTO BÍBLICO DA EVANGELIZAÇÃO [Parte II]


 
II.                   QUEM DEVE EVANGELIZAR?

    A resposta inicial pode ser simples: Todos os convertidos. Embora tenhamos a consciência de que a responsabilidade de evangelização seja de todos, agimos como se fosse exclusiva de pastores e evangelistas, e de fato é [Rm 1:14-15]. Mas não é uma atividade apenas destes. Nossa omissão em não cumprirmos a grande comissão talvez parta desta visão distorcida além de outros pensamentos tais como “não sei” “não tenho tempo”  “tenho medo” e “não tenho dom”. O cumprimento da Grande Comissão [Mt 28:18-19, Mc 16:15] é um dever de todos [At 8:4;11:19-21]. Se é um dever de todos, então qual é o perfil que deve possuir aquele que evangeliza? Quais as credenciais de uma pessoa que deve evangelizar?

Os gregos ressaltavam a necessidade de um emissor incorporar a sua mensagem. Para eles haviam três qualidades:

[1] Ética [Ethos] – o emissor eficiente perderá sua credibilidade se a sua integridade for duvidosa.
[2] Empatia [Pathos] – O ouvinte quer saber se o orador participa de suas esperanças, anseios e desejos
[3] Palavra – [Logos] - Aquele que comunica deve ter algo a dizer. A Palavra é apoiada pela ética e empatia.

Creio que tais qualidades também são essenciais no perfil do evangelista:

[1] Ética = Beleza Redentora
[2] Empatia = Amizade Redentora
[3] Palavra = Evangelho Redentor

1.      Uma Beleza Redentora [Ef 5:27]

Tanto Israel [AT] como a Igreja [NT] são figuras de mulher, a qual Deus fizera uma aliança por amor. No nosso caso Cristo fez um aliança consoco [Mt 26:31-35], Ele morreu por ela a fim de que pudesse resgatá-la, torná-la santa e pura, ou seja bela.

Não foi à toa e por acaso que Deus usa a figura de uma mulher como metáfora para a Igreja. É da natureza feminina a beleza [estética] quando a mulher está mal um sinal é o descuido estético. Mulher naturalmente gosta de embelezar-se. A Bíblia não condena que a mulher se vista e se revele bonita [vestido e jóias] condena o excesso ou a preocupação com o exterior em detrimento do interior.

Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;  4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.[I Pe 3:3-4]

A beleza da noiva é o caráter de Deus [amor, justiça, santidade, fidelidade].  Portanto a beleza da noiva [caráter] é fruto do amor transformador de Deus em Cristo, e Cristo deseja revelar esta beleza às pessoas por meio da igreja a fim de atraí-las. Muitos incrédulos não lêem as Escrituras, mas podem vêem o grande amor de Deus em Cristo em vidas santificadas e transformadas. Somos cartas vivas, somos tradutores da Bíblia para os perdidos. O amor redentor de Deus é declarado nas Escrituras, demonstrado na cruz e exibido na igreja.

Precisamos, portanto desta beleza [não perfeição], mas de santidade se queremos que os perdidos nos ouçam. Eles devem ouvir, mas é preciso que eles vejam. Devemos ser boas novas, antes mesmo de compartilhar boas novas. Como poderemos falar de um evangelho transformador se não temos ou manifestamos uma vida transformada. A encarnação do evangelho precede a evangelização verbal. Essa encarnação causa um grande impacto e prepara as pessoas para ouvirem o que temos a dizer.

Quando as pessoas observam maridos amando as esposas como Cristo ama sua igreja, mulheres apoiando seus maridos, filhos obedientes aos pais, irmãos se amando, cuidando um dos outros, perdoando mutuamente, discípulos honestos em sua vida, jovens andando em pureza. Eles serão atraídos [a beleza chama a atenção; a feiúra também, a primeira positivamente a segunda negativamente] e desejarão ouvir.

A beleza é magnética e irresistível. A evangelização começa na medida em que encarnamos o evangelho. O poder do evangelho nos transforma e as pessoas serão atraídas. Daí a necessidade da santidade na igreja. A evangelização começa com o cuidado interno, com santidade no corpo. Se formos tolerantes com pecados e fizermos pouco caso em nosso meio isto não só atraí o zelo de Deus, mas nos torna desacreditados. A evangelização não é só uma atividade formal a ser realizada em um dia da semana de casa em casa, ela começa com a vida da igreja [beleza], um fluxo de vida que causa impacto aos perdidos.

Portanto a beleza [caráter] da igreja [seu esplendor] é essencial na evangelização. Se encarnarmos o evangelho e por ele sermos transformados atrairemos as pessoas. Alguém com propriedade afirmou:

“O melhor argumento para o cristianismo são os cristãos; sua alegria, certeza e plenitude. Mas o argumento mais forte contra o cristianismo são os próprios cristãos, quando são sem alegria, farisaicos e presunçosos, mundanos”

2.      Amizade Redentora [Lc 7:34]

A segunda qualidade de um bom emissor é empatia. Jesus foi conhecido como amigo de pecadore, e sua amizade não era pecaminosa [Sl 1:1] mas redentora, impactante na vida daqueles.

Precisamos portanto cultivar relacionamento com pessoas não-cristãs. Alguns desafios para se estabelecer amizades redentoras:

[1] Um dos desafios modernos que prejudicam o estabelecimento deste tipo de amizade é o estilo de vida moderno. O ritmo de vida, o corre-corre diário, os compromissos torna cada vez mais raro desenvolver boas amizades.

[2] O isolamento dos cristãos e a perca de sua habilidade em manter ou desenvolver amizades redentoras devido a uma visão teológica errada. Somos sal que devemos estar no mundo, não no saleiro. Não há impacto sem contato.

A amizade redentora é como preparar o terreno para lançar a semente do evangelho [que é a Palavra]. Podemos evangelizar invasivamente, mas estrategicamente é melhor criarmos vínculos e a partir daí lançarmos a semente da Palavra.

Essa era a estratégica de Paulo em I Co 9:22. Paulo possuía uma habilidade de relacionar-se com pessoas diferentes sem perder sua identidade de cristão. Eis algumas rápidas dicas para desenvolvermos amizades:

1.      Busque pontos de semelhança não de diferença. Cultive áreas de interesse mútuo. Interesse pelo mundo de seu amigo.

2.      Seja simpático:

- Cumprimente as pessoas
- Memorize seu nome
- Toque nas pessoas
- Ouça as pessoas [tem gente que vai odiar essa dica, pois só gostam de serem ouvidas]
- Telefone para as pessoas em datas especiais
- Compartilhe sua vida [Convide as pessoas para almoçar em casa, tomar o café, vê um filme, praticar esportes, hobbys e interesses pessoais.]

3.      Seja um servo [veja I Co 9:19]

- Essa era a estratégia de Cristo também [veja Mc 10:45, Jo 13, Fp 2:5-11]
- Seu amigo está doente, então visite-o ou ligue.
- Seu amigo está só, seja um companheiro.

3.      Palavra Redentora [Rm 1:16]

A terceira qualidade do perfil do evangelista é a Palavra. O não-cristão precisa de uma comunicação visual [beleza redentora], devemos nos envolver em relacionamentos com eles [amizades redentoras], mas não pode ficar aí. Só a beleza e a amizade não são suficientes. Ninguém é bom para deixar apenas sua vida a amizade como meio para as pessoas saberem da cruz. Cristo encarnou a Palavra, mas pregou a Palavra. Palavras são necessárias.

Aliás eu ouso a dizer que elas de todas é a mais importante. Pois o evangelho tem poder em si [Rm 1:16], ou seja, mesmo sem uma vida bela ou uma amizade a mensagem do evangelho quando é proclamada tem poder em si. Mesmo você não conhecendo intimamente alguém ou não sendo conhecido mas se você anuncia o evangelho com poder e com graça, com amor e com fidelidade, ele possui poder para transformar vidas.

Um pregador pode pregar a uma multidão e esta multidão não ter nenhum vínculo com o pregador mas a sua mensagem transformar a vida de muitos. Deus usa sua Palavra e às vezes os instrumentos não são dos melhores. Deus usa-nos até mesmo nossa fragilidade, ele opera acima de nossas faltas, obviamente isto não deve ser desculpa para uma vida sem compromisso. Jonas com todo seu egoísmo, com todo seu preconceito, com toda sua resistência, com toda sua xenofobia ganhou uma cidade para Cristo, ninguém fez igual.

Precisamos portanto falar, verbalizar, comunicar o evangelho. Ele deve ser anunciado, deve ser vivido, devemos relacionar-se com as pessoas, mas precisamos deixar claro o que Deus em Cristo fez por elas. Talvez aqui muitos cristãos se engasgue, o que deveria ser um experiência realizadora, quem fez ou o faz sabe do que eu estou falando, muitas vezes é um entrave e causa um engasgo na vida de muitos. A razão para isto é porque não sabem compartilhar sua fé. Mas sobre isto iremos abordar na próxima mensagem onde responderemos a terceira e a quarta perguntas – COMO DEVEMOS EVANGELIZAR? e POR QUE DEVEMOS EVANGELIZAR?

Esta mensagem continua...

Pr. Luiz Correia
[Prega a Palavra]

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O TEMOR DE TRABALHAR EM VÃO


         Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco. [Gl 4:11]

   Uma das tristezas maiores que luto em minha vida pastoral é que me dando e me doando por alguém veja todo o meu esforço por água abaixo, não dando em nada. Esta experiência por mim vivida algumas vezes tem sido muito difícil de lidar. Não digo necessariamente com aquela pessoa que não frutificou, falo com respeito ao meu próprio coração. Obviamente quando trabalhamos no reino desejamos ver frutos de nossos esforços, esperamos edificar mais do que prédios, anelamos como pastor edificar vidas cristãs saudáveis e maduras. Assim passo a me entregar quando vejo alguém que demonstra inicialmente na vida cristã algum desejo de crescimento. Procuro me envolver, visitá-lo, reunir-me com ele, orar com ele e por ele, e principalmente ministrar a Palavra. Meu coração então fica alegre e crio expectativas de ver ali um grande servo de Deus sendo gerado. Visualizo o que tal vida poderá contribuir para o reino, para o Corpo de Cristo e para a Eternidade. O entusiasmo enche meu coração e o sorriso estampa o meu rosto. No entanto toda esta grande expectativa algumas vezes é frustrada. Tal vida a quem foi dada tempo, esforço, dedicação e oração não avança, não cumpre as expectativas, antes tropeça e trava, estagnando-se num engessamento e esfriamento espiritual mórbido, ou ainda desvia-se e debanda-se da igreja. E aí vem o momento que meu coração se inquieta. Tento lutar comigo mesmo para não ficar com sentimentos de auto-piedade ou auto-comiseração, tento meditar que o que faço devo fazer visando a Glória de Deus, esforço-me para virar a página e passar por cima desta situação a fim de que eu também não me trave. Mas digo-lhe que não é fácil. Quero compreender a frase de Paulo aos gálatas a partir deste pensar. Paulo confessa: Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco” [Gl 4:11]. Trabalhar em vão eis um grande temor pastoral. Investir tempo e esforço para, no fim, não ver na vida de alguém nenhum resultado. Confesso a você que demora um pouco para digerir tal sentimento. Creio que tal receio compartilhado aos irmãos da Galácia por Paulo não é algo isolado ou incomum, é um peso que parece estar constante no coração do apostolo dos gentios. Pois ele declara aos seus irmãos em Filipos: “Preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente. [Fp 2:16]. Esforço aqui diz respeito a um trabalho exaustivo que leva a fadiga, uma labuta cansativa, no entanto no caso inútil e improdutivo. Quando penso em esforço inútil só me vem a cabeça um hamster correndo numa gaiola que roda, roda, roda mas não vai para nenhum lugar. Paulo não queria ser este hamster pois ele confessa “Assim corro também eu, não sem meta, assim luto, não como desferindo golpes no ar.” [I Co 9:26]. Correr sem meta traz a lembrança o filme “Forrest Gump, o Contador de Histórias” onde o protagonista, Forrest, interpretado por Tom Hanks, corre pelos EUA por três e meio numa corrida louca e sem sentido. Dá um soco sem atingir o alvo também é algo extenuante, improdutivo e desanimador. Paulo viu-se ameaçado por este terrível senso de fazer de seus esforços algo improdutivo e não permanente. Confesso que esta realidade também me ameaça. No entanto ela pode me ameaçar, mas não vai me destruir e nem me paralisar de continuar investindo em pessoas, pois afirmei anteriormente que embora veja que pessoas que investi parte de minha vida não se tornaram aquilo que tinha como expectativa, declarei que foram algumas, não todas. Em outras palavras posso olhar para trás com alegria e uma grande satisfação em ver outros que gerei no Senhor, ou que dediquei minha energia que frutificaram e cresceram na graça e no conhecimento de Cristo para a Glória de Deus. Eis ai, portanto, a bênção que não quero deixar de obter, mesmo correndo o risco de que alguns não frutifiquem, outros certamente frutificarão. Se aqueles causaram-me tristeza e decepção, estes me dão grande alegria e satisfação. Este é o sentimento retratado por Paulo aos filipenses, irmãos e filhos na fé: “Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.” [Fp 4:1]. Sim eles são a minha alegria e minha coroa na labuta pastoral.

Pr. Luiz Correia
[Prega a Palavra]

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MARCA 5: UM ENTENDIMENTO BÍBLICO DA EVANGELIZAÇÃO


[Série de Sermões - MARCAS DE UM IGREJA SAUDÁVEL pregada no púlpito da IBF aos domingos [jan/2011] baseadas e adaptadas do livro 9 Marcas de Uma Igreja Saudável publicado pela Editora Fiel de autoria de Mark Dever http://www.editorafiel.com.br/detalhes.php?id=9075 ]

Mt 28:18-19

Introdução:

Existem alguns pensamentos errados e, portanto ruins pois prejudicam e distorcem o conceito da evangelização:

“Não sei evangelizar” -  Incompetência
“Tenho medo ou receio de evangelizar” – Covardia
“Não tenho o dom de evangelizar” “Evangelismo é para pastores ou profissionais”  - Ignorância
“Não tenho tempo para evangelizar” – Egoísmo.

Inicialmente Evangelho alcançou meu coração e me mudou, ou seja, o Evangelho gerou a Conversão, agora quero e devo transmitir esta mensagem que me transformou a outros. Como devo evangelizar? Para o entendimento bíblico desta marca que torna uma igreja saudável, quero abordar 4 perguntas:

1.      O Que é Evangelização?
2.      Quem deve evangelizar?
3.      Por que devemos Evangelizar?
4.      Como devemos Evangelizar

I.                   O QUE É EVANGELIZAÇÃO?

Essa pergunta é importante, porque o “porque” e o “como” depende dela. Há diversas coisas que as pessoas pensam que é evangelização, mas que não são. Vamos a elas...

1.      EVANGELIZAÇÃO NÃO É IMPOSIÇÃO

“É errado impor suas crenças a outros” essa é uma crítica bem comum nestes dias. Essa objeção nasce não só baseado no espírito pós-moderno que fala de liberdade e privacidade [cada um tem sua verdade e devemos respeitar], mas da forma como é feita a evangelização. Um exemplo histórico deste processo foi a catequização dos índios na chamada América Portuguesa, onde estes não eram de fato convertidos, mas subjugados a cultura chamada cristã.

Para não incorrer em tal erro, é necessário um entendimento na natureza da evangelização. E na evangelização não impomos nada. Embora a tentação seja enorme, pois queremos ver as pessoas confiando no Senhor. Tal erro podemos cometer se entendemos que evangelização é imposição. Exemplos comuns...

a.       Um pai ou mãe impondo aos filhos que sejam crentes.
b.      Um cônjuge impondo a outro cônjuge sua fé.
c.       Um amigo a outro amigo
d.      Um patrão a um empregado...

Evangelizar é contar para alguém as boas-novas, isto não inclui que a pessoa vai responder corretamente o evangelho. Aquele que compreendeu a Pessoa de Cristo e a riqueza que Ele é, tem muita boa vontade, boa intenção e desejo de ver as pessoas convertidas, de responderem ao evangelho, mas não podem impor sua fé. Você não é o Espirito Santo e se isto você fizer é um grande mal e não um bem que você causa. Quem opera o milagre da conversão é Deus não nossa técnica astuta ou mesmo nossa paixão pessoal. [Ler I Co. 3:5-7].

Quem opera atualmente por imposição é o muçulmano. Países mulçumanos tem como religião oficial e todos os habitantes não tem outra escolha a não ser serem mulçumanos, caso não sejam são perseguidos e mortos. O verdadeiro cristianismo não é uma imposição religiosa. Tendo em vista que a Bíblia dá um diagnóstico terrível sobre a condição espiritual do homem [morto], portanto evangelizar não significa pegar um punhal e obrigar alguém a se comportar como cristão.

“Ser cristão não é uma questão de fazer ou não fazer isso, ou de seguir essa lei...Ser cristão é uma questão de vida transformada por Deus. A Bíblia apresenta o problema do homem como algo que não pode ser resolvido pela força humana coerciva ou por imposição. Tudo o que podemos fazer é apresentar a você, com exatidão as boas novas, viver uma vida de amor em sua presença e rogar a Deus que Ele o convença de seus pecados. Posso orar, pedindo a Deus que ele mostre a necessidade de um Salvador e lhe conceda arrependimento e fé. Mas não posso torna-lo cristão” [Mark Dever]

2.      EVANGELIZAÇÃO NÃO É TESTEMUNHO PESSOAL

Não entenda mal, no processo de evangelização, podemos sim compartilhar nosso testemunho, ou seja, aquilo que Cristo fez em nós. Mas não podemos confundir evangelização com testemunho. Esta é uma experiência e sua experiência não é o padrão pelo qual Deus opera. Deus opera pelo Espírito levando o homem a perceber sua necessidade do Salvador, mudando seu coração e transformando sua vida. Esta ação, embora haja elementos comuns em toda conversão, [arrependimento e fé no Senhor] pode acontecer de diversas formas.

Alguém pode dizer assim:

a.       Quando eu me converti chorei demais... eu pulei de alegria....
b.      Quando eu me converti fiquei curada...
c.       Quando eu cri no Senhor meu coração ardia, um peso enorme foi tirado dentro em mim...
d.      Quando em me converti. Deus me abençoou e até um emprego eu conquistei...
e.       Quando eu me converti tudo mudou... minha família, meu marido, meus filhos...[As vezes ocorre é o inverso – imagine um jovem mulçumano se convertendo ao cristianismo] Veja:

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.[Mt 10:34-37]

Além do mais ao contar o testemunho pessoal você pode omitir aspectos essenciais do evangelho. Você pode ser tentado a ocultar o preço e o custo de seguir a Cristo.

3.      EVANGELIZAÇÃO NÃO É AÇÃO SOCIAL

Mais uma vez não me entendam mal. Não advogo que não devamos servir e acudir os pobres. Embora devamos envolver-se com estas questões, não devamos entender que evangelizar é dar pão a quem tem fome e roupa ao nu, não é apenas tratar dos males sociais. O problema terrível do homem, segundo o evangelho, não é o problema sócio-econômico [horizontal], mas o espiritual [vertical], ou seja, o problema com Deus.

Evangelização e Ação Social não é a mesma coisa, mas elas podem e devem se relacionar de forma legítima:[1] Ação Social é uma consequência da evangelização. [2] Ação Social é uma ponte e parceira para evangelização. 

A ação social é incompleta em si mesma para promover a plena dignidade humana, porque as necessidades humanas transcendem o plano meramente material. As pessoas e famílias têm também carências emocionais e espirituais. São inúmeros exemplo e exortações para que sejamos sensíveis aos pobres, órfãos e viúvas. Deus nos confere dons para a realização destas ações: “socorros” (1 Co 12.28), “exercício da misericórdia” (Rm 12.8), “fazer o bem” (Gl 6.9-10), “prática do bem” (Hb 13.16) e “ministração” (2 Co 9.13). Não devemos portanto sermos omissos neste aspecto, mas não devamos comprender que evangelização seja isto.

Evangelização é função da igreja, uma ordem de Cristo. Ação social é um reflexo do caráter cristão. Nossa função é evangelizar e nosso modo de fazê-lo pode incluir a ação social. Jesus certa vez não permitiu despedir uma multidão com fome após escutarem a Palavra, mas exortou com severidade a quem não percebia a centralidade do Pão Eterno para seu viver [Jo 6].

4.      EVANGELIZAÇÃO NÃO É APOLOGÉTICA

Apologética diz respeito a tarefa do cristão em defender a fé cristã. Algumas pessoas possuem perguntas sinceras e devemos responder de uma forma honesta porque cremos no que cremos. Essas dúvidas necessitam de esclarecimentos. Exemplos:

Por que não adoramos ou veneramos santos e Maria?
Por que cremos que o mundo foi criado?
Porque cremos na trindade?
Por que cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada e inerrante?
Jesus é mito ou histórico?

Há céticos e críticos que se opõem a fé cristã, que duvidam e atacam a Bíblia e a nossa fé, há também a presença de falsas doutrinas que distorcem a verdade cristã. A missão da apologética Cristã é, portanto, combater esses movimentos e promover o Deus Cristão e a verdade Cristã.

O versículo chave para a apologética Cristã é 1 Pedro 3:15-16: "antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor..." Não há nenhuma desculpa para um Cristão ser completamente incapaz de defender sua fé. Todo Cristão deve ser capaz de pelo menos dar uma apresentação razoável de sua fé em Cristo. Não, nem todo Cristão precisa ser um especialista em apologética. Todo Cristão, no entanto, deve saber o que acredita, por que acredita, como compartilhar sua fé com outras pessoas, e como defendê-la contra mentiras e ataques.

Evangelizar pode envolver apologética, tanto como pode envolver ações sociais, mas não é a mesma coisa. O fato de você defender ou mesmo explicar sua fé, não significa que você evangelizou. Aliás devemos ter cuidado em não sujeitarmos a agenda que outros estabelecem, antes no devemos tornar conhecido o que aquela pessoa precisa saber sobre Cristo e o caminho da salvação.

5.      EVANGELIZAÇÃO NÃO É RESULTADO

Um dos erros mais comuns é confundir evangelização como o resultado da evangelização – que é a conversão. Não podemos confundir evangelização como o próprio fruto. Evangelização é sua responsabilidade os resultados não. A tarefa central do evangelismo não é garantir os resultados, é ser fiel a mensagem. Evangelizar não significa ganhar pessoas para Cristo, significa anunciar as boas novas, independente dos resultados. Tem havido missionários entre os muçulmanos, que trabalharam por toda uma vida sem obter conversões. Será que isto nos obriga a concluir que eles não estavam evangelizando? A evangelização é obra humana, mas a fé é dom de Deus.

Jesus ensinou isto numa parábola do semeador [Mt 13:1-23]. O semeador sai a semear a mesma semente sobre vários solos. É provável que ele usou o mesmo método. Um solo frutificou; outros três não. A mensagem da parábola é que algumas pessoas responderam favoravelmente; outras não, embora ouçam a mesma mensagem.

Não podemos julgar nossa evangelização se é correta ou não em termos de resposta imediata, mas em termos de fidelidade a mensagem. Porque poderemos correr o risco no afã de vermos resultados nos tornar manipuladores, e nortearmos nossa filosofia em termos pragmáticos, diluindo o evangelho, tornando palatável, encobrindo implicações, escondendo consequências. Devemos saber que mesmo que formos fiéis ao evangelho, as pessoas podem não aceita-lo, e essa rejeição não significa que necessariamente erramos na maneira como evangelizamos.

Isso nos livra do senso de fracasso espiritual de não ganhar almas para Cristo.  Isto nos liberta deste peso e da culpa daqueles que compartilham o evangelho durante trinta anos e as pessoas não se convertem. Essas pessoas podem se sentirem culpadas. Elas não são, seriam se forem omissas e não proclamassem.

É claro que devemos buscar sermos diligentes, aperfeiçoar nossos métodos, mas Deus usa e opera acima de nossas fraquezas e métodos. Ele é grandioso, Ele pode usar até nossos fracassos, Ele supera nossas faltas, somos vasos [bem frágeis] e Ele opera assim para que possamos entender o quanto é glorioso. Jonas com todo seu egoísmo, com todo seu preconceito, com toda sua resistência, com toda sua xenofobia ganhou uma cidade para Cristo, ninguém fez igual.

Evangelização não é fazer prosélitos. Não é persuadir as pessoas a tomarem uma decisão. Não é provar que Deus existe nem fazer uma boa argumentação em favor da verdade do cristianismo. Não é convidar alguém a uma reunião...Não é vestir uma camiseta com a frase “Jesus Salva”. Algumas dessas coisas são corretas e boas no devido lugar, mas nenhuma delas deve ser confundida com evangelização.

Sem dúvida muita da evangelização moderna se tornou emocionalmente manipuladora buscando resultados apenas por uma decisão imediata da vontade do pecador, negligenciando a ideia bíblica da conversão é o resultado da graça de Deus [imerecida e soberana]. Não falhamos se apresentamos fielmente mesmo sem resultados aparentes. Falhamos em manipular e distorcer, em encobrir o evangelho. Portanto evangelizar não é converter pessoas. Então o que é?

Evangelizar significa simplesmente pregar o evangelho, as boas novas. Trata-se de um ministério de comunicação, no qual os cristãos tornam-se porta-vozes da mensagem de misericórdia de Deus aos pecadores. Qualquer um que transmita fielmente esta mensagem, não importa sob que circunstâncias, em uma grande reunião, em uma pequena conferência, de um púlpito, ou em uma conversa particular, estará evangelizando.

Deixo duas boas definições de Evangelização:
Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem. [Pacto de Lausanne, 1974 – por John Stott].

Evangelizar é declarar com a autoridade de Deus, o que Ele fez para salvar pecadores; e advertir os homens quanto a sua condição de perdidos e direcioná-los a arrependerem-se e crerem no Senhor Jesus.[Mark Dever – 9 Marcas]

Desafio você a postar no comentário uma para ver sua compreensão sobre esta marca.

Esta mensagem continua...



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

COMO LIDAR COM PESSOAS PROBLEMÁTICAS

[Adpatado do capítulo "Saiba como Lidar com Pessoas Problemáticase" do livro "Abaixo a Ansidedade" de John MacArthur, Jr. publicado pela Editora Cultura Cristã - http://www.editoraculturacrista.com.br/produtos.asp?codigo=8 ]



I Ts 5:14-15

Igreja não é perfeita. Ela é feita por pessoas imperfeitas. “A igreja é a única sociedade no mundo na qual para um candidato integrar o corpo de membros deve ser desqualificado”. A igreja manifesta problemas porque possui pessoas que têm problemas. Embora salvos seus membros são pecadores. No texto de I Ts 5:14-15 Paulo identificou grupos problemáticos na igreja. Vamos examinar individualmente cada grupo e como devemos lidar com estes.

1.      OS INSUBMISSOS [Indóceis, que não obedece]

São os que estão fora do compasso, quando todos vão para a frente, ele quer ir para trás. São rebeldes e apáticos. São críticos [reservas] que menos contribuem e ajudam, mas o que mais reclamam. Os insubmissos pouco se importam. É o primeiro a se levantar e o último a chegar ao culto. Resiste envolver-se. Resiste em ouvir e em aprender.

Como lidamos? Devemos exortar, significando “chamar a razão levando em conta as consequenciais”. Não cumpre o deve, não progride, não cooperam, não usam os dons ou dão qualquer apoio. Tais devem ser exortado. Deve-se exortar, com firmeza e amor, e com lágrimas [At 20:31]. Confrontação é necessária pois o propósito de ir a igreja não sentar-se e ficar apático e critico, o propósito é se envolver com vidas.

2.      OS DESANIMADOS

São os atribulados, tristes, ansiosos, deprimidos e desencorajados. Estes não gostam de novidade, tem medo do novo. Desafios são ameaçadores, não assumem riscos. São pessoas acomodadas. Buscar segurança, como segurança absoluta é impossível nesta vida tende a ficarem ansiosos. Qualquer situação tende lhe afundar. Carregam um grande peso.

Como lidamos? Devemos incentivar. Se você conhece alguém medroso, ansioso, melancólico então devemos relacionar-se com ele, desenvolver uma amizade. Se você é assim busque relacionamento saudável, procure pessoas que a encorajem, lhe fortaleça, lhe anime, lhe revigore. Como consolar: oração, salvação eterna, soberania, amor de Cristo.

3.      OS FRACOS

Há vários tipos de fracos.
[1] Fracos diz respeito também as pessoas que em tudo vem pecado, até o que não é. [Rm 14, I Co 8]. Tem uma consciência sensível. Não devem ser foçadas a fazer aquilo que acham errados. O tempo podem libertá-los.
[2] Fracos moral e espiritualmente. Frágil em disciplinas espirituais, caem continuamente nos mesmos erros. São vacilantes, caem no mesmo buraco, tropeçam facilmente.

Os fracos precisam de ajuda. Precisam de apoio, sustento, suporte. [Gl 6:1-2]. Como? Pela comunhão.

4.      OS ENFADONHOS

Sede pacientes com todos. É fácil se irar e perder a paciência com as pessoas. [transito]. Quem já investiu em uma pessoa e aquela pessoa não rendeu muito. Jesus passou por isso com os discípulos “Homens de pequena fé”. “Tardios em compreender.” Mas Jesus foi paciente. É difícil você se desgastar e se dar a uma pessoa e simplesmente ela dispensar tudo e não dão retorno.

Devemos ter paciência. Queremos que outros sejam conosco. Deus é paciente conosco. Deus é e chama-nos a ser. Tal compaixão e amor pessoal muda as pessoas – mesmos os enfadonhos.

5.      OS INÍQUOS [5:15]

Imagine alguém que tenha lhe feito o mal, qual é a resposta humana comum, vingança! Deus chama-nos a outra atitude. A vingança, a mágoa e a amargura só nos faz mal. Saiba disto – haverá pessoas na igreja que irão magoá-lo, ofendê-lo, feri-lo, atacá-lo, com palavras e atitudes, por fofocas e calúnias, usarão armas carnais, provocarão divisão, criaram contendas, acusarão injustamente, por ciúmes, por inveja, por raiva.

Não devemos dar o troco. Não revide. Deus é o dono da vingança. Jesus proibiu a retaliação [Mt 5:43-45]





segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DICERNIMENTO BÍBLICO - O que é e como obtê-lo

Escola Bíblia Dominical – Jan/2011
Igreja Batista Filadélfia - Aulão
Pr. Luiz Correia

Estudo baseado no livro OURO DE TOLO editado por John Macarthur  e publicado pela Ed. Fiel. ://www.editorafiel.com.br/detalhes.php?id=9043&tipo=2





 





Introdução

  Ter discernimento bíblico é uma necessidade constante para o povo de Deus, no entanto em nossa época é crucial que os discípulos de Jesus aprimorem este aspecto de sua vida cristã. Vivemos na época de tanta tolerância e a falta de discernimento faz com que muitos aceitem tudo, mesmo sem fundamento bíblico. Alguns preferem serem omissos, fazendo vistas grossas, outros temem se posicionar com receio de serem criticados, assim erros doutrinários multiplica-se e a tentação de aceitá-los é grande, mas o preço por isso certamente é alto demais. No entanto Deus chama seu povo a distinguir entre o mal e o bem, o certo e o errado. Eis então a necessidade de possuirmos discernimento bíblico.

I.                   DEFININDO DISCENIMENTO BÍBLICO

1.      Discernimento é a capacidade de discriminar entre a verdade e a falsidade. É a habilidade de exercer um julgamento perspicaz, ou a habilidade positiva de traçar uma linha entre o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o certo e o errado.
2.      No VT a principal palavra hebraica que expressa a idéia de discernir é “bin” ela é traduzida como discernimento, entendimento,habilidade ou cuidado. No NT o verbo grego para discernir é “diakrinô” que significa “fazer uma distinção” [At 15:9].

II.               UM CHAMADO AO DISCENIMENTO BÍBLICO

A Palavra de Deus nos ensina como discernir, Paulo resume o processo em I Ts 5:21-22.

1.     Julgue Todas as Coisas

a.      O contexto a partir do v.16 demonstra que discernimento é um dever.
b.      Discernimento não é apenas uma responsabilidade pastoral [I Tm 4:6-7,13 Tt 1:9] é um dever de todos os crentes.
c.      A palavra grega para “julgai” é traduzida em outras passagens por "aprovar", “discernir” ou “provar” referindo-se ao processo de testar alguma coisa, a fim de revelar sua autenticidade, tal como no teste de metais preciosos.

d.      Julgamentos Proibidos

A.    Em Mt 7:1-5 Jesus condena o julgamento  hipócrita daqueles que exigiam dos outros um padrão mais elevado do que o padrão segundo o qual eles mesmos estavam dispostos a viver.
B.     Somos proibidos de julgar os motivos dos outros. [Hb 4:12]. Isto é prerrogativa divina . [I Sm 16:7, Sl 44:21, Pv 16:2, Rm 2:16, I Co 4:5]

e.      Julgamentos Ordenados

A.    Deus ordena julgarmos a verdade do erro, o certo do errado, o bem do mal [Jo 7:24, I Co 10:15]
B.     Devemos julgar pecados públicos [I Co 5:12-13, Mt 18:15-20]
C.     Devemos julgar a nós mesmos [I Co 11:31]. Todas as outras formas de julgamento dependem de um auto-exame honesto. [Lc 6:42]
D.    O discernimento aqui exigido é o discernimento doutrinário. O contexto é a profecia do verso 20. Uma profecia não era necessariamente uma nova revelação. O dom da profecia no NT está mais relacionado a proclamar a Palavra de Deus do que a recebê-la. O contexto aponta qualquer mensagem espiritual que os tessalonicenses recebiam – qualquer mensagem que alegasse ter a aprovação ou autoridade divina.

2.      ___________ ao Que é Bom

a.      Semelhante a Rm 12:9, “apegando-vos” fala de proteger ____________ a verdade. [Veja I Tm 6:20, II Tm 1:13-14].
b.      “Retende” também possui a idéia de _________ alguma coisa. Fala de amar a verdade com todo o coração.
c.      É uma marca daquele que é verdadeiramente ________  “amar a verdade” [I Ts 2:10, I Co 15:2].
d.      Não devemos deixar a doutrina de lado por amor à ________.
e.      Não devemos colocar a _________ pessoal acima da verdade objetiva.
f.       Não devemos colocar _________ acima da Palavra.
g.      Não devemos colocar _________ , sentimentos ou imaginação humana acima da Palavra. Em vez disto devemos identificar “o que é bom” por meio do exame cuidadoso, objetivo e racional de todas as coisas. Usando as Escrituras como padrão.

3.      ________ do Mal

a.      A palavra traduzida por “abstende-vos” é um verbo muito forte que significa “mantenha-se longe”, “afaste-se”, “aparte-se” [I Ts 4:3, I Pe 2:11].
b.      O contexto aqui trata-se de ____________ ou falsa doutrina.
c.      A Bíblia não dá aos crentes a permissão de se exporem ao mal. Não devemos desconhecer em absoluto o erro, mas não devemos nos tornar especialistas em heresias. [Rm 16:19]
d.      Fugir do mal implica em fugir do__________ que é a prática de combinar idéias de diferentes religiões e filosofias. A falsa doutrina não é o lugar que devemos procurar a verdade.
e.      Portanto cuidado com tudo que escuta em programas de____________ evangélicos. [II Co 11:14-15].
f.       Ele usa a estratégia do ______________ colocando falsos mestres dentro da igreja para introduzir falsos ensinos [II Pe 2:1, At 20:30, Mt 4:6]

III.            UM PLANO PRÁTICO PARA O DISCERNIMENTO PESSOAL

Como os crentes podem começar a aplicar o discernimento bíblico ao cotidiano de suas vidas? Creio que a Bíblia esboça o seguinte plano para seguirmos

1.      Deseje ___________[Pv 2:3-6]

Se não temos qualquer desejo por discernimento, não o teremos. Se formos guiados por um desejo de felicidade, saúde, riquezas, prosperidade, conforto e auto-satisfação, jamais seremos um povo de discernimento. Se os nossos sentimentos determinarem aquilo que cremos, jamais teremos discernimento. Se julgarmos nossa mente a alguma autoridade eclesiástica terrena e acreditarmos cegamente no que ela diz, estaremos corrompendo nosso discernimento. O desejo de discernimento nasce na humildade. É a humildade que reconhece nosso potencial para o auto-engano [Jr 17:9]. O desejo por discernimento requer uma visão elevada da Escritura, ao lado de um entusiasmo por compreendê-la corretamente [II Tm 2:15]


2.      _______ por Discernimento [I Rs 3:5, 9-14]

Deus elogiou Salomão porque seu pedido fora completamente altruísta. O egoísmo é incompatível com o verdadeiro discernimento. Atualmente todo o interesse em coisas espirituais está centralizado no próprio eu. Salomão embora pudesse pedir longevidade, prosperidade, saúde e riquezas, pediu discernimento. [veja Tg 1:5]

3.      _________  à Verdade [I Rs 11:4-11]

Salomão, embora sábio, fracassou no final de sua vida [I Rs 1:1-9]. A queda de Salomão foi um processo [I Rs. 3:1,3]. Salomão foi tolerante [v.2]. Discernimento não é bastante sem obediência. Não adianta conhecer a verdade e falhar em não obedecê-la [Tg 1:22]. A desobediência arruína inevitavelmente o discernimento.

4.      Siga _________ que Tem Discernimento [Ef 4:14]

Procure líderes que demonstra habilidade de discernir, analisar e refutar a heresia, bem como ensinar as Escrituras com clareza e exatidão. Leia autores que provam ser cuidadosos no lidar com a verdade divina. Ouça pregadores que manejam corretamente a Palavra da Verdade.  Deus tem levantado homens com discernimento notáveis em toda a história da igreja. Seus escritos permanecem como fontes de valor inestimável para qualquer que deseje cultivar discernimento eis alguns:  Martyn Lloyd Jones, Francis Schafeer, C. Spurgeon, Chales Hodge, Jonathan Edwards, George Whitefield. Os Puritanos [Sec. XVI e XVII] como John Owen, Richard  Baxter, Richard Sibbes, Thomas Watson, John Gill. Leia os Reformadores como Calvino e os pais apostólicos como Agostinho. Há bons escritores contemporâneos de boa teologia como Jonh Macarthur, John Piper, Joel Beeke e brasileiros como Augustus Nicodemus, Russel Sheed e Luiz Sayão.

5.      Dependa do __________

Por mais que sejam importantes os exemplos humanos, o Espírito de Deus é o verdadeiro Discernidor [Jo16:13, I Co 2:11-15]. A medida em que formos cheios do Espírito de Deus e controlados por Ele, recebemos discernimento.

6.      Estude As ___________

O verdadeiro discernimento exige estudo diligente das Escrituras. Este passo é vital. Nem todo o desejo, nem toda oração, até a própria obediência, os bons exemplos e nem mesmo o Espírito Santo lhe ajudarão sem o auxílio da Palavra. Se você quer discernimento precisa estudar diligentemente a Palavra. O discernimento floresce num ambiente de estudo fiel a Palavra [At 20:28-31,32, II Tm 2:15].

7.      Continue __________ [II Pe 3:18]

Maturidade espiritual é o processo de aprender a discernir. O caminho para o verdadeiro discernimento é o caminho do crescimento espiritual – e vice-versa. Ninguém alcançará a perfeita maturidade do lado de cá [I Co 13:12]. A maturidade aprimora nossos sentidos espirituais [Hb 5:14] e nos traz estabilidade [Ef 4:14-15]. O caminho da maturidade envolve sofrimento e provações [Tg 1:2-4, I Pe 5:10] inclui disciplina divina [Hb 12:11] e disciplina pessoal [I Tm 4:7-8] mas temos uma rica recompensa [Pv. 3:13-18,21-23], riqueza com um brilho eterno.


Estudo baseado no livro OURO DE TOLO editado por John Macarthur  e publicado pela Ed. Fiel. http://www.editorafiel.com.br/detalhes.php?id=9043&tipo=2