segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Marca 5: UM ENTENDIMENTO BÍBLICO DA EVANGELIZAÇÃO [Parte III]

III. COMO DEVEMOS EVANGELIZAR?

Como propagamos a Palavra de Deus? Sabemos que devemos ter caráter e relacionamentos redentores, mas como levamos a mensagem as pessoas. Existem vários meios que podemos usar, por meios de comunicação ou em reuniões públicas e principalmente em conversa pessoal. Deixo-lhe aqui algumas dicas ou orientações:

1.      Seja Honesto [I Ts 2:1-6]

Temos que ser honestos, temos que dizer o que tem de dizer: Vocês devem se arrependerem e crerem, serão salvas, mas haverá um preço.

Não podemos acobertar, nem tampouco ocultar as implicações e conseqüências a quem resolve seguir a Cristo. O que ganhamos quando seguimos a Cristo? Ganhamos perdão, relacionamento com Deus, significado, liberdade, alegria, esperança, comunhão, orientação, vida eterna. Não ocultemos as bênçãos.
Mas há outras bênçãos da providencia divina que visa o meu bem. A vida cristã inclui tristezas e provações, lágrimas e tentações, perseguições, críticas, temos que nega a nós mesmo, temos que lembrar que a porta é estreita e o caminho apertado. Não podemos ocultar tais conseqüências, reter partes importantes e desagradáveis é ser desonesto. Apesar de tudo vale a pena! Embora haja dificuldade vale a pena!


Mas devemos tornar as pessoas conscientes de seu estado de perdição e pecado, isto faz parte da apresentação do evangelho. Era assim que pregava Jesus, Pedro, Paulo. A Bíblia é claríssima sob o estado de rebeldia, alienação, inimizade do homem. Talvez hoje em dia não seja politicamente correto falar isto, mas é verdade e deve ser dito.

2.      Seja Simples e Claro

Comunicação boa e comunicação simples. Seja claro sobre o que e por que você crê. Conheça as Escrituras. Quanto mais você souber sobre a sua fé, mas fácil será falar com os não-cristãos.
 A essência do evangelismo é comunicar a informação correta sobre o pecado e a graça, simples e claramente. Fale sobre a lei e o evangelho, fale sobre cruz e perdão, não sobre infralapsarianismo, supralapsiarinismo, pré-milenismo, pós-milenismo, amilenismo, armianismo, calvinismo..

3.      Seja Natural

Como disse você não converte ninguém. Acalme-se – Deus está no controle. Então seja você mesmo, não manipule ou coaja, force ninguém a se converter. Não use de artimanha carnal [voz, lágrimas, tom religioso] para apresentar o evangelho.

Um certo livro dá uma diga manipuladora para se “ganhar” uma alma:

“Coloque as mãos [braço] firmemente sobre os ombros das pessoas e quase no tom de ordem diga-lhe: “Curve a cabeça comigo”. Não olhe para ela quando você disser isto, curve sua primeiro. Do canto do seu olho, você a verá em hesitação a princípio. Então quando a resistência diminuir, sua cabeça se curvará. Sua mão sobre os ombros da pessoa sentirá o relaxamento e você saberá quando o coração dele se rendeu. Curvar a sua cabeça primeiro causa uma pressão psicológica terrível”

Muitas pessoas podem se convencerem e quantas não foram assim, por manipulação, por técnicas de persuasão humanas, quantas não fizeram isto ou coisa parecida e não se arrependeram verdadeiramente.


Não apresse as coisas. Simplesmente porque alguém não está pronto para confiar em Cristo após um encontro não significa que o evangelismo eficaz não aconteceu. O pré-evangelismo é igualmente vital. Você pode plantar, mas alguém outro pode ter que regar.

Por outro lado lembre a pessoa sob a urgência da mensagem. Não insinue que eles devem deixar para lá e fazerem uma decisão quando acharem uma oportunidade melhor, quando sentirem algo. Jesus é o único caminho e não a outro. Portanto se ouvir a voz não endureça o coração. Seja claro: o tempo que você tem é limitado e a quantidade é incerta. Não devemos nos contentar com o pensamento de que “viverei mais alguns anos em egoísmo, e quando tiver cuidado de todos os meus interesses, me converterei a Cristo.”

4.      Seja Humilde


Você não sabe tudo. Esteja certo que eles entendem que você é um pecador justificado, não um "sabe-tudo" que está aqui para corrigi-los!  Muitas vezes ao falar de Jesus para alguém você vai ouvir perguntas que não sabe responder. Isso não é um erro. Admita que não sabe e que vai buscar um texto sobre o tema e então discutir novamente. Humildade vale muito aqui. Cuidado para você não deixar a impressão que chegou lá, que é perfeito. Evite a tentação de fingir o que não é. Diga-lhe que é pecador, que tem suas lutas. Fale que a igreja não é um lar perfeito.
 
5.      Seja Sábio

 Use o juízo e seja caridoso. Seja terno e cortês! Muitos não-cristãos agem e falam por ignorância, não malícia. Mantenha-se no assunto – não aceite distrações. Quando a conversa divagar, puxe-a para o estágio central – a lei e o evangelho. Evangelismo não é ganhar um argumento, mas anunciar a Cristo, sua pessoa e sua obra de salvação. As discussões podem ficar quentes e intensas às vezes – tudo bem! Mas o propósito do evangelismo não é mostrar porque você está certo e eles errados. É comunicar a verdade do evangelho. A mensagem deve ser a ofensa. Não você! Fixe-se no que todos os cristãos têm em comum quando possível. Deixe as lutas internas entre os cristãos de fora quando falando com não-cristãos.

Se as pessoas zombam, ridicularizam ou não estão interessadas, vire as costas. Encontre outro tempo e lugar. Se depois de repetidas tentativas de comunicar o evangelho, alguém ainda mostrar uma indisposição de ouvir o que você tem a dizer, "sacudi o pó dos vossos pés e ide para uma nova cidade". Agora seja paciente! Não perca a cabeça e não parta para um ataque pessoal ou descontrolado.

6.      Use a Bíblia

Confie no poder de Deus o Espírito Santo operando através da Palavra! Cite textos diretamente das Escrituras com atribuição. "Jesus disse", "Paulo disse" … e não, "eu penso" ou "parece-me". Não é o que você pensa ou acha,  não são minhas idéias, mas o que a Palavra de Deus diz [Jo 5:24]. Deus não salva ninguém aparte da mensagem da Palavra.

 Esteja disposto a conseguir os recursos que as pessoas necessitem: esteja pronto a lhes dar uma Bíblia, o livro correto para elas, e certamente um convite para visitar sua igreja ou estudo bíblico.


7.      Ore

 Ore por oportunidades para evangelizar. Ore pela sua igreja – para que Deus abençoe a pregação de sua Palavra, que ele traga não-cristãos para o nosso meio, e que abençoe a igreja com crescimento.

8.      Fale em Amor e Ousadia

Amor nos leva a identificar-se com simpatia, mostrando verdadeiro interesse, isto é essencial para a evangelização. É preciso cativar com amor e simpatia, assim como Jesus fez, pois Ele não pregou o Evangelho lá dos altos céus, mas seu amor o levou a descer a Terra para se identificar conosco e estar próximo, mostrando verdadeiro amor e conquistando nossa amizade e confiança. 

Aprendemos muito sobre evangelização quando observamos como foi que Jesus abordou a mulher samaritana (Jo 4). Repare, que Ele não chegou despejando um caminhão de boas novas, pois Ele bem sabia que a mulher tinha muitos preconceitos devido aos conflitos dos judeus com os samaritanos. A atitude de Jesus foi, em primeiro lugar, uma atitude simpática e surpreendente na direção da quebra de tais barreiras e preconceitos. Isto mostra que Jesus sabia se comunicar com sensibilidade. 

Agora, existe também o perigo do outro extremo, ou seja, de, em nome do respeito pelo outro e da sensibilidade, o sujeito cristão sentir-se intimidado, permanecendo imóvel e calado na sua ação evangelizadora. É certo que mesmo usando de sabedoria e sensibilidade nem sempre seremos bem sucedidos, como vimos no exemplo de Paulo no Areópago. Mas não devemos temer tal rejeição e nem ficarmos paralisados em nossa missão. Não devemos também permitir que o temor da rejeição esteja em nossa mente na hora de evangelizarmos alguém. Devemos agir com mais confiança e esperança de sucesso assim como aquele que planta espera um dia colher. Nossa ação evangelizadora precisa ser feita com alegre e paciente esperança sem afobamentos, ansiedades, temores e nervosismo oriundo de um coração inseguro. 

III. POR QUE DEVEMOS EVANGELIZAR?

O que nos motiva para nossa evangelização? Temos que considerar os motivos de nossas ações. O motivo é importante. [I Co13]. Podemos evangelizar como motivos egoístas, não bíblicos. Podemos evangelizar com intuito de nos parecer espirituais, super-crentes, de exibir-nos espiritualmente, de transparecer sermos santos e evangelistas.

Qual é então o motivo para proclamarmos o evangelho?

1.      Um desejo de ser obediente à Grande Comissão [I Co 9:16-17]
2.      Amor aos perdidos [Mt 9:36, Rm 10:1]
3.      Amor a Deus

Eis, certamente, o maior de todos os motivos. O amor de Deus tem de ser o nosso motivo. O amor próprio [quero que as pessoas saibam que eu evangelizo, quero que as pessoas percebam o quanto sou espiritual]. O amor pelos perdidos pode falhar. Mas o amor a Deus nos guardará, do desejo de popularidade, do desejo de sucesso ou resultado que ameaça o evangelismo tornando diluído.

É o amor a Deus que leva o desejo vê-lo glorificado. Compartilhamos a mensagem do Evangelho para glorificar a Deus. Glorificamos a Deus ao amarmos os perdidos, glorificamos a Deus quando anunciamos as grandes coisas que Ele fez em Cristo por suas criaturas.

Conclusão:

Que nós nos envolvamos no ministério de Evangelização. Que Deus nos ajude a fazê-lo de forma certa. E quando agirmos em amor, pelo poder do Espírito veremos os frutos virem normalmente e naturalmente.

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