Filipenses 4.6-7
INTRODUÇÃO
1. A ansiedade é considerada pelos psicólogos como a mais perigosa doença do século. De acordo com OMS mais de 50% das pessoas que passam pelos hospitais são vítimas da ansiedade. O psicólogo Rollo May afirma que a ansiedade é o mais urgente e o mais grave problema desta geração.
2. A ansiedade atinge todas as idades: 1) As crianças estão sofrendo de ansiedade: Ilustração: “que vidão em filha! O Senhor é que pensa!”; 2) Os adolescentes estão enfrentando ansiedade. Ilustração: espinhas no rosto, a briga com o espelho, a pressão da família em relação ao vestibular; 3) Os jovens estão vivendo em ansiedade. Ilustração: Com quem vou me casar? Onde vou trabalhar?; 4) Os casados estão ansiosos, vivendo a pressão da estabilidade financeira; a garantia no emprego; o estudo dos filhos; o namoro dos filhos; o medo de perder o emprego; 5) Os idosos vivem ansiosos, é o medo da doença, edo da solidão. Ansiedade em relação aos filhos e aos netos.
3. Qual foi a última vez que você viu uma pessoa ansiosa? Você se olhou no espelho hoje? Você é daquilo tipo de gente que o problema está longe e você pensa que ele já está batendo à sua porta? Você é daquele tipo de gente que quando não tem problema, você cria um?
4. Milhões de dólares são gastos em calmantes e em entretenimentos para aliviar o homem do mal da ansiedade. A ansiedade é uma doença causada pelo pecado. Por isso, a Palavra de Deus traz solução para esse mal.
I. AS CAUSAS DA ANSIEDADE
1. A ansiedade é resultado de olharmos para os problemas em vez de olharmos para Deus [Circunstâncias Adversas]
Ansiedade é gerada no coração quando começamos a focarmos mais as circunstâncias do que a Deus. Paulo sabia que as circunstâncias adversas tanto dos filipenses, [perseguições, perca de bens e de liberdade] como a dele próprio [preso, em julgamento. “ardente expectativa” [1:26], com possibilidade de ser condenado] eram geradoras de ansiedade. Quem decide seguir a Cristo bem saberá que se erguerão forças, obstáculos, empecilhos nesta caminhada. Há um risco real de sermos tomados pelas circunstâncias temerosas a nossa volta. E se fizermos, ou seja, focalizarmos nosso olhar mais nas circunstâncias do que em Deus que “tudo governa” ficaremos ansioso. Assim foi com os espias de Israel que diante dos inimigos se viram como meros gafanhotos, assim foi com Pedro que ao reparar a força dos ventos começou a afundar, ou como Geazi que olhou para os inimigos e não notou que Deus estava ao lado dele. Eliseu certamente viu o inimigo e o poderoso exército, mas acima de tudo viu o Senhor dos exércitos. Foi quando Eliseu orou por Geazi para que Deus lhe abrisse os olhos a fim de que visse que Deus estava no controle de tudo.
E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.E orou Eliseu, e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. [II Rs 6:16-17]
2. A ansiedade é resultado de relacionamentos quebrados [Conflitos Interpessoais]
As pessoas nos fazem sofrer mais do que as circunstâncias. Nós desapontamos as pessoas e as pessoas nos desapontam. Paulo diz que as pessoas têm a capacidade de nos dar alegria assim como também roubar a nossa alegria [Fp 2:1-2, 4:1]. Há muitas pessoas ansiosas e deprimidas por causa de um relacionamento quebrado, de uma mágoa não curada, de uma ferida aberta. Há muitas pessoas prisioneiras da amargura. Ilustração: A falta de perdão torna você prisioneiro da pessoa com que você menos gostaria de conviver.
3. A ansiedade é resultado de uma exagerada preocupação com as coisas materiais [Preocupação Material]
Paulo diz que algumas pessoas vivem ansiosas porque elas só se preocupam com as coisas materiais (3:19). Essas pessoas fazem do dinheiro o seu deus. Eles não confiam em Deus, mas no dinheiro. Nós vivemos numa sociedade materialista. O dinheiro é um deus para muitos. As pessoas compram o que não precisam, com o dinheiro que não têm, para impressionar as pessoas que não conhecem. Apesar de todo o luxo e o materialismo as pessoas continuam infelizes e doentes. Na década de 50 se consumia 5 vezes menos que hoje. O luxo tornou-se necessidade do hoje. Na década de 70, 70% das famílias dependiam apenas de um orçamento para sustentar a família. Hoje mais de 70% das famílias, precisam de duas rendas para manter o mesmo padrão. Hoje, coisas estão substituindo relacionamentos. Pessoas e casais se preocupam tanto com luxo, dinheiro, conforto que não valorizam relacionamentos. Sacrificam suas famílias e casamentos achando que dinheiro, luxo e riqueza traz felicidades. Jesus afirmou: : “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15). Jesus falou de uma ameaçadora e destrutiva ansiedade devido a preocupação excessiva com coisas materiais [Mt 6:25-33, veja Fp 4:19]. Paulo falou que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males [I Tm 6:10]
4. A ansiedade é resultado de um passado não tratado.
Há muitas pessoas que vivem ansiosas porque nunca resolveram problemas do passado. Elas são prisioneiras do passado. Paulo fala dessa realidade no capítulo 3 verso 13. Paulo tivera um terrível passado. Mas, quando Jesus transformou a sua vida, ele sepultou o passado no passado. Paulo não continuou a ser prisioneiro dos seus sentimentos. Ele olhou para a cruz e tirou de suas costas o fardo que o oprimia. Ele disse: “Se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17).
Há dois aspectos sobre o passado e nós.
(1) O que eu fiz de errado [passado pecaminoso] – Deus orienta que devemos confessar ou aqueles que eu feri e restituir se for preciso. Se caso não faço isto sofrerei dano [Sl 32:3-4]
(2) O que os outros fizeram contra mim – Vivemos num mundo caído e as pessoas vão nos ferir. Deus orienta a tratar [confrontar em amor] e perdoar. Devemos jamais esquecer “Deus é soberano” em tudo inclusive sobre o meu passado inocente. Ele é fiel! [Lm 3:21-23]
5. A Ansiedade é resultado de um medo do futuro
O outro lado da ansiedade é o futuro. Há pessoas que abandonam o presente com medo do futuro. Eles estão tristes hoje, porque estão com medo do amanhã. Eles têm medo de viver e medo de morrer. Medo de ficar solteiro e medo de casar. Medo de trabalhar e medo de perder o emprego. Medo da multidão e medo da solidão. Deus é dono do nosso futuro [Jr 29:11]
II. OS RESULTADOS DA ANSIEDADE
1. A ansiedade produz um estrangulamento na alma
O termo ansiedade provém do grego que significa oprimir/sufocar. Ansioso significa “dividir em partes”.
A palavra sugere uma distração, uma preocupação com coisas. Um ansioso é um pessoa estrangulada, angustiada, aflita, fragmentada, dividida ao meio. A pessoa é rasgada ao meio. Fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. A pessoa ansiosa perde o equilíbrio.
A palavra sugere uma distração, uma preocupação com coisas. Um ansioso é um pessoa estrangulada, angustiada, aflita, fragmentada, dividida ao meio. A pessoa é rasgada ao meio. Fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. A pessoa ansiosa perde o equilíbrio.
2. A ansiedade rouba as nossas forças
A ansiedade no coração do homem o abate [Pv 12:25]. Uma pessoa ansiosa é uma pessoa preocupada [pre-ocupada]. Existe a preocupação salutar, ela não é condenada, nem proibida. Paulo fala a Timóteo que apesar de não estar ansioso diante dos açoites, mostrava preocupação (ansiedade) com o bem-estar da Igreja. (Filipenses 2:20) e que ficou com o estado de saúde de Epafrodito [2:27]. A questão é a preocupação excessiva o problema ainda não aconteceu e eles já estão sofrendo. A ansiedade rouba a energia antes e quando o problema chega, se chegar, a pessoa já está fragilizada.
Um médico experiente analisou as preocupações características de seus pacientes e verificou que 40% deles estavam preocupados com coisas que nunca iriam acontecer; 30% estavam preocupados com coisas acontecidas no passado; 12% tinham medo de perder a saúde, embora sua única doença estivesse na imaginação. Os outros 18% tinham outras preocupações, mas o médico descobriu, que em geral, elas não tinham qualquer fundamento.
3. A ansiedade é inútil
3. A ansiedade é inútil
Jesus alertou para este ponto: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Mt 6:27). A preocupação em vez de dilatar a vida, a encurta. Em vez de querer administrar o inadministrável, depois lançar sobre os pés do Senhor toda a nossa ansiedade (1 Pe 5:7).
4. A ansiedade é incompatível com a fé cristã
Jesus deixou isso claro: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas” (Mt 6:31-33). A ansiedade não concubina com aqueles que conhecem a Deus.
Jesus ainda nos ensina: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus próprios cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6:34). Você sofre hoje pelas coisas de amanhã. Você antecipa não o futuro com a ansiedade, mas o sofrimento que ele pode trazer. Você sofre duas vezes ou sofre desnecessariamente. Ansiedade é uma perda de tempo, de energia, de fé.
III. O TRATAMENTO PARA ANSIEDADE – ORAÇÃO! [v.6]
A ansiedade é o oposto da vontade de Deus para nós. Um cristão ansioso é uma contradição. Deus não apenas dá uma ordem: Não andeis ansiosos, mas oferece a solução. Não apenas diagnostica a doença, mas oferece o remédio celestial.
Nós devemos entender que Deus é maior do que os nossos problemas – Nossa vida está nas mãos do Deus que governa o universo. Nossa vida não está solta, sendo jogada de um lado para o outro ao sabor das circunstâncias. O Deus que está no trono, governa a nossa vida. Ele é maior do que os nossos problemas. Os nossos problemas estão debaixo dos seus pés. Ilustração: Os discípulos estavam muito ansiosos enfrentando uma terrível tempestade de madrugada. Jesus aparece andando sobre o mar. Ele dizendo: O que ameaça vocês, está literalmente debaixo dos meus pés.
Certo homem, dirigindo a sua carroça passou ao lado de um viajante que à pé carregava um pesado saco às costas. Ofereceu-lhe uma carona. Depois de certo tempo notou que o homem, apesar de estar na carroça, ainda segurava o fardo nas costas. Por que o senhor não coloca a bolsa no fundo da carroça? Perguntou o homem. Bem, respondeu o caroneiro, o senhor já é tão bondoso em me levar que não quero lhe dar este incômodo de levar este saco.
Amigo, quantas vezes fazemos exatamente assim com Jesus? Cremos que Ele carregou nos Seus ombros a pesada cruz em nosso lugar. Cremos que Ele leva a nossa alma a salvo para o Lar Celestial, mas achamos que nós mesmos temos que carregar os fardos de nossas preocupações diárias, sejam elas grandes ou pequenas. Como é maravilhoso saber que podemos entregar a Jesus, cada dia, todos os nossos problemas e preocupações. Nada e tão pesado que Cristo não possa carregar e nada é tão pequeno que não O possa interessar. Façamos isto! [I Pe 5:7]
A medicina de Deus deve ser usada de acordo com a divina prescrição
1. Aprenda a orar corretamente (v. 7) – Paulo fala sobre três diferentes tipos de oração: adoração, petição e ações de graças. A oração pode fazer por nós o que a ansiedade não pode fazer. Primeiro, Paulo diz que devemos aprender a adorar a Deus. Oração é fundamentalmente intimidade com Deus. Orar é estar em comunhão com o Rei do Universo. Nós adoramos a Deus por quem Deus é. Em vez de ficarmos ansiosos, devemos contemplar a majestade de Deus e descansar nos seus braços. Se Deus é quem é e se ele é o nosso Pai, não precisamos ficar ansiosos. Segundo, Paulo diz que podemos trazer a Deus os nossos pedidos. Ele é o nosso Pai amoroso. Ele cuida de nós. Ele sabe o que precisamos. Dele procede todo dom perfeito. Oração e ansiedade são mutuamente exclusivos. Se você não ora por todas as coisas, você estará ansioso pela maioria das coisas. A oração é a medicina divina. Terceiro, Paulo diz que podemos agradecer a Deus o que já temos recebido. Olhe para o que Deus já fez (Salmos 116:7). Deus desbarata os nossos inimigos quando nós o louvamos (2 Cr 20:21).
2. Aprenda a pensar corretamente (v. 8) – Assim como você pensa, assim você é. Você é produto dos seus pensamentos. A luta é ganha ou perdida na sua mente. Se você armazena coisas boas na sua mente, você é um vencedor. Mas se você entulha só coisas negativas, sua vida não prosperará. Ilustração: Ana, enquanto ficou ouvindo os arautos do pessimismo, mergulhou em profundo choro. No que dia que ouviu a promessa de Deus, sua alma e seu ventre foram curados.
3. Aprenda a agir corretamente (v. 9) – Ser cristão não é apenas conhecimento. É sobretudo vida. Conhecimento sem prática não fará de você uma pessoa melhor do que os demônios. Eles conhecem. Eles creêm e tremem, mas não obedecem.
IV. A PREVENÇÃO DE DEUS PARA ANSIEDADE: A PAZ DE DEUS [v.7]
A cura para a ansiedade não está nos recursos humanos, mas na provisão divina. Paulo nos ensina algumas lições importantes neste texto:
1. A cura é o resultado do uso correto do remédio divino – “E a paz de Deus…”. Quando usamos corretamente o remédio prescrito por Deus, ele produz em nós a cura. A paz de Deus é o resultado da nossa cura. A paz de Deus é o substituto para a ansiedade. O mesmo coração que estava cheio de ansiedade, pela oração, agora está cheio de paz. Temos não apenas a paz com Deus, um relacionamento certo com Deus. Temos, também a paz de Deus, um sentimento certo com Deus. Mas, temos também além da paz de Deus, o Deus da paz conosco (Fp 4:9). Você tem não apenas um sentimento, mas uma Pessoa, a Pessoa divina, onipotente com você.
2. A paz que recebemos é uma paz celestial e não terrena – É a paz de Deus. Não é ausência de problemas. Não é fuga dos problemas. Não é a paz de mosteiro. Essa paz não é produzida por circunstâncias. Ela co-existe com a dor, com as lágrimas e até com a morte. Esta paz não é produzida por circunstâncias. O mundo não conhece essa paz nem a pode dar. Governos humanos não podem gerar essa paz. Esta paz vem de Deus. [Jo 14:27]
3. A paz que recebemos é relacional e existencial – Todo cristão tem paz com Deus (Rm 5:1) e todo cristão pode ter a paz de Deus (Fp 4:7). A paz com Deus é relacional. Ela significa um correto relacionamento com Deus pela justificação. A paz com Deus fala sobre nossa confiança diante do trono de Deus, porque Cristo morreu por nós, pagou a nossa dívida e nos reconciliou com Deus. Mas a paz de Deus é existencial. Ela é experimental. Ela fala daquela calma interior no meio dos problemas. Esta paz fala da visitação especial de Deus nos dias tenebrosos. Essa paz é aquela que Jó experimentou quando disse que Deus inspira canções de louvor nas noites escuras. É paz de levou Spafford a escrever depois do naufrágio das suas quatro filhas: “It is well with my soul”. A paz com Deus depende da fé, a paz de Deus depende da oração. A paz com Deus descreve o estado entre o cristão e Deus. A paz de Deus descreve a condição dentro do cristão.
4. A paz de Deus transcende a compreensão humana – Esta paz não é misteriosa, mas é transcendente. Ela vai além da compreensão humana. A despeito da tempestade do lado de fora, podemos desfrutar de bonança dentro de nós. Esta é a paz que os mártires sentiram diante da morte. Esta á a paz de Paulo sentiu ao caminhar para a guilhotina: “Eu sei em quem tenho criado…”. Ilustração: A família de Inchon que foi sepultada viva e cantou até a hora da morte.
5. A paz de Deus é uma sentinela celestial ao nosso redor – A palavra “guardará” traz a ideia de uma sentinela, um soldado na torre de vigia, protegendo a cidade. A paz de Deus é como um exército protegendo-nos dos problemas externos e dos medos internos. Paulo diz que esta paz guarda os nossos corações (sentimentos errados) e nossas mentes (pensamentos errados). A paz de Deus guarda as nossas emoções e o nosso intelecto, nossos sentimentos e nossos pensamentos.
CONCLUSÃO
• Esta não é uma mensagem teórica. Ela é prática e funcional. Paulo não escreveu esses princípios como um acadêmico ou teórico. Ele experimentou tudo isso que nos ensinou. Ele estava no portão da morte. Esta caminhando para a guilhotina romana. Mas ele estava livre de ansiedade. Sua mente e seu coração estavam guardados pela paz de Deus. Deus não mudou e ele pode fazer o mesmo por nós.
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