terça-feira, 18 de outubro de 2011

Escola Teológica Charles Spurgeon
Análise de Romanos II
Prof. Luiz Correia 
Apontamentos da Aula

Romanos 9

Considerações Introdutórias de Romanos 9 [Slides]

- É um novo tópico [9-11], que tem em comum uma declaração pessoal de Paulo com respeito a Israel, seu povo.

- Ver Slides iniciais

Um Resumo de Rm 9:

A incredulidade dos judeus causa-lhe tristeza e angústia [1-3]. Ele não consegue entender como o seu povo, tendo tantos privilégios [8 ao todo] foi capaz de rejeitar o seu próprio Messias [4-5]. Como explicar tal apostasia da parte deles?  Veja a sequência que oferece a resposta de Paulo:

1. Será que a Palavra falhou?[v.6]

Não, Deus cumpriu sua promessa – só que ela foi dada, não a Israel como um todo, mas ao verdadeiro Israel espiritual.[6b, 11-12]

2. Deus é injusto ao exercer com soberania suas escolhas [14]?

De modo nenhum! A Moisés ele ressaltou sua misericórdia [15] e a Faraó seu poder de julgá-lo [17]. Mas nenhum dos dois é um gesto de injustiça – nem ter misericórdia de quem não merece [Moisés], nem endurecer o coração de quem se mostra endurecido [Faraó, v.18]. Misericórdia e juízo são compatíveis com a justiça.

3. Então, por que Deus ainda nos culpa [19]?

a. Deus, na qualidade de oleiro, tem o direito de modelar a massa como quiser, e nós não temos o mínimo direito de questioná-lo [20-21]
b. Cabe a Deus revelar-se assim como ele é, tornando conhecida a sua ira e a sua glória [22-23]
c. Deus anunciou de antemão, através da Escritura, tanto a inclusão dos gentios como a exclusão de Israel, com exceção de um “remanescente” [24-29]

4. Que diremos, então, em conclusão a isto [v.30]?

A salvação dos gentios é atribuída a misericórdia de Deus [imerecida], a rejeição de Israel [a condenação] deve-se à sua própria rebeldia [merecida]

Tópico 1: A Incredulidade de Israel [1-3] [Slide]

- Seu testemunho é sincero e persuasivo e fundamentado em uma tríplice afirmação: [1] Digo a verdade... Plena consciência do seu relacionamento com Cristo [2] Não minto – Não estar exagerando [3] Minha consciência

- Sua consciência é falível e culturalmente condicionada, portanto apenas quando o Espírito renova e controla, ilumina a mente pode ser confiável, ela permanece imperfeita e deve avaliada a luz da Palavra de Deus.

- E qual é a verdade que ele tão sinceramente afirma? Seu amor para com Israel, que rejeitou a Cristo. E essa rejeição traz ao coração de Paulo tristeza e angústia [2]. São seus irmãos [raça – irmãos nordestinos]. Afirma que desejaria ser amaldiçoado... [3]

Questão: Paulo está falando literalmente ou ilustrativamente?

Ilustrativamente [hipérbole?] pois afirmara Rm 8:35-38. Lembra Moisés [Ex 32:32].

“Uma fagulha do fogo do amor substitutivo de Cristo” [Denney], pois Paulo afirma que estaria disposto a morrer no lugar deles  [Se possível você faria por alguém?]

Tópico 2: Os Privilégios de Israel [Slide]

- Sua angustia deriva em função dos privilégios que o seu povo possuía. Uma lista de 8.

a. Adoção [Ex 4:22, Os 11:1] – Eles eram os filhos de Deus
b. Glória  [o visível esplendor divino no tabernáculo, no templo e nos santos dos santos Ex 29:42, I Rs 8:10, I Sm 6:2]
c. Alianças [Deus com Abraão, renovadas com Isaque, Jacó, Moisés, Davi, Ex 24:8, II Sm 23:5]
d. A Lei [a única revelação da vontade escrita Dt 4:7]
e. Culto
f. Promessa [Messiânica – o centro do VT – tríplice ofício de Cristo]
g. Patriarcas [Abraão..., uma galeria de heróis e gingantes de causar orgulho a uma nação]
h. Cristo – [as palavras do v.5 refere-se a quem?  [a] a Cristo [b] Ao Pai [c] Em parte para Cristo e para o Pai.]

Tópico 3: 1ª. Pergunta: A Promessa de Deus Falhou? [6-13]

- A primeira vista parece que sim, mas se houve algum fracasso foi devido a incredulidade deles, não da Palavra. Houve sempre 2 “Israel”[ étnico/espiritual – ver Gl 3]. A promessa destinava-se aos “espirituais”.
- Para provar ele argumenta:

[1] Somente os filhos da promessa são filhos de Abraão [v.7-8], estes são a verdadeira descendência de Abraão, não são todos os filhos naturais de Abraão [3 ramos].
[2] Isaque e seus dois filhos, Esaú e Jacó. Deus escolheu Isaque, não Ismael, escolheu Jacó, não Esaú. E aqui vem em relevo a soberania de Deus, Isaque e Ismael eram filhos de mães diferentes, mas Jacó e Esaú da mesma mãe, Rebeca. [v.10,11].

A escolha de Deus de Isaque, não Ismael, de Jacó e não de Esaú não se origina neles, nem em nada do que eles tenham feito, mas na mente e na vontade de Deus [veja-se 12,13]. O que significa “odiar”? Ver Lc 14:26 e Mt 10:37. Deus colocou Jacó acima de Esaú. Não se pode esquecer a responsabilidade de Esaú em suas escolhas. Soberania Divina e Responsabilidade Humana andam juntas. [Duas retas paralelas que se encontram no infinito].

Em suma: A promessa não falhou apenas se cumpriu no Israel [espiritual] dentro do Israel físico.

Tópico 4: 2ª. Pergunta: Deus é injusto? [14-18]

- Se a promessa não falhou, se cumpriu em Abraão, Isaque, Jacó e na linhagem espiritual, conforme a soberana eleição, Deus não seria injusto? Escolher uns para a salvação e deixar outros de lado parece uma injustiça.

- Sua resposta: Não! [v.14] E explica v.15-16. A base da salvação não é a justiça, mas a misericórdia. Então ele cita as palavras a Faraó [v.17].

Slides [Deus é a causa do endurecimento de Faraó?]

 “Notemos primeiramente que nem aqui nem em qualquer outro lugar Deus disse endurecer alguém que primeiro não tenha endurecido a si mesmo" ... [Leon Morris]

Faraó endureceu seu coração diante de Deus, recusando-se a se humilhar. Deus endureceu em um ato de juízo, Deus o abandonou entregando à sua própria depravação [Rm 1:24,26,28]

Em suma: Deus não é injusto, pois os homens são pecadores aos olhos de Deus  e culpados [Rm 3:9] ninguém merece ser salvo. Se Deus endurece alguns, isto é seu juízo pelo pecado, se compadece de outros não está sendo injusto, age por misericórdia [Vídeo do John Piper]

A surpresa não é porque alguns vão é porque alguns perecerão, mas porque alguns serão salvos, pois ninguém merece nada da parte de Deus. Se alguém se perder a culpa é sua, se alguém for salvo, o crédito é de Deus. Quem não gosta de tensão [paradoxo] desista da Bíblia: [1] Bíblia, divina e humana [2] Cristo, divino e humano. [Princípio da Hermenêutica: “Se duas coisas parecerem contraditórias”...].

Tópico 5: 3ª. Pergunta: Por que Deus ainda nos culpa? [19-29]

Se a salvação depende dele e se nós não podemos resistir sua vontade, então por que Deus nos culpa? É justo que Deus cobre de nós, se ele é quem decide as coisas? Eis a resposta de Paulo:

a. Deus tem o direito sobre nós como o oleiro tem sobre o barro [19-21]

- Considere quem nós somos: Somos homens [v.20ª], se existe uma distância ontológica e moral entre Deus e o homem, não faz sentido questioná-lo [Is 29:16, 45:9] Paulo condena a postura arrogante do questionador, não aqueles que humildemente sente dificuldade em compreender. O alvo aqui é a rebeldia, os que levantam os punhos contra Deus. Quando diante de Deus devemos tirar as sandálias, jogar nossa cabeça nos chão, por a mão na boca [Jó 40:4, 42:3,6 – Deus não deveu satisfação a Jó. [Veja a frase de Hodge na pg. 328]

b. Deus se revela como Ele é [22-23]

A liberdade de Deus em compadecer de uns e endurecer outros é compatível com a sua justiça. Todos os seus atos estão em plena harmonia com sua natureza [Tu és bom e fazes o bem Sl 119:68]. Deus age em perfeito acordo com sua ira e sua misericórdia, não se pode questionar.

Deus suportou com paciência – Deus retardou um juízo, sua ira se acumula. [A parousia]
Preparados – significa prontos e maduros para isso, sem indicar, contudo, o agente responsável por tal preparação.

c. Deus previu estas coisas na Escritura [24-29]

Entre os vasos de honra preparados por ele [23], está ele [Paulo] e os leitoras [romanos], ou seja os gentios [25-26], algo previsto no AT. [Oséias e Isaías]

Oséias – diz respeito a esperança de Deus amar aqueles que ele havia declarado não amar e tê-los como seu povo aqueles que ele havia dito não serem seu povo, referindo-se aos gentios.
Isaías – diz respeito a exclusão de Israel [menos o remanescente fiel]

Tópico 6: 4ª. Pergunta: Que diremos pois?

Os gentios tiveram o que não buscavam, e os judeus não tiveram o que buscavam. Estes não obtiveram porque o meio que escolheram para obter era impossível. Os gentios obtiveram pela fé, outros queriam pelas obras. O fracasso de Israel [aqui não é a eleição], foi sua insensatez [v.30], eles não creem no Cristo crucificado!

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