terça-feira, 22 de maio de 2012


Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 7

02
15/04
Os Poéticos: Jó e Salmos
Panorama do AT – cap. 13-16
Conheça Melhor o AT – pg. 143-198
Entenda o AT –pg. 105-126

OS LIVROS POÉTICOS

Para se compreender e apreciar os Livros Poéticos, é importante reconhecer em primeiro lugar as características, os objetivos e as singularidades da poesia hebraica.

1. Poema é composição literária em forma de verso que expressa um sentimento ou uma ideia.
2. Os hebreus identificavam Jó, Salmos e Provérbios como livros poéticos, para a Vulgata, Eclesiastes e Cantares [didáticos] são tratados também como poéticos.
3. Didaticamente os livros Poéticos são divididos em [1] Livros Hínicos [Salmos e Cantares] e [2] Livros de Sabedoria: Jó, Provérbios e Eclesiastes.

I. CARACTERÍSTICAS DA POESIA HEBRAICA – PARALELISMO

1. A Essência do Paralelismo

A poesia hebraica enfatiza mais o “ritmo da ideia” do que o ritmo do som, pois a mente oriental está mais interessada no conteúdo da ideia do que nos meros artifícios literários. A isto se chama “paralelismo”: a primeira linha do poema é paralela com a  segunda ou com as linhas seguintes. Essa característica não é perdida na tradução para outro idioma, o que pode acontecer quando a rima é a principal característica da poesia.

2. Tipos de Paralelismo

a. Sinônimo – A segunda linha repete ou reproduz a primeira em palavras semelhantes. [Sl 19:1]
b. Antitético – A segunda linha expressa a ideia oposta da primeira, fazendo contraste [Sl 1:6]
c. Sintético – A segunda linha completa ou amplifica a primeira [Sl 19:7]
d. Analítico – A segunda linha apresenta uma consequência da primeira [Sl 23:1]
e. Climático – A segunda linha repete a primeira e a conduz ao clímax [Sl 29:1]
f. Emblemático – A segunda linha ilustra a figura apresentada na primeira [Sl 103:11]
g. Quiasmo – A segunda linha repete a primeira, mas em ordem invertida [Quiasmo ação de dispor em cruz – letra grega c ”qui”] [Sl 51:1]

II. OS SALMOS

1. Título – Os hebreus chamam de “O Livro de Louvores” ou “Louvores” ou tradutores gregos “Salmos”, canções cantadas com acompanhamentos de instrumentos de cordas [ver Lc 20:42, At 1:20].

2. Autores – Embora toda coleção seja chamada de “Salmos de Davi” por seu o autor da grande maioria [75] há outros autores: Moisés [1], Salomão [2], Asafe [12], Filhos de Coré [10], Hemã [1], Etã [1]. Os tradutores da Septuaginta identificam Ezequias [15], Jeremias [1] Ageu [1], Zacarias [1] e Esdras [1]. Os outros são chamados salmos órfãos, não identificados.

3. Categorias dos Salmos

A. Salmo de Lamento

Forma

(1) Invocação, clamor pela ajuda de Deus. Parte curta onde o salmista clama a Deus por seu nome, geralmente no vocativo.
(2) Lamentando ou queixa sobre infortúnios. Ele sente como se Deus não estivesse lhe protegendo, como seus inimigos o estivesse perseguindo ou ele envolto em grande tristeza. [Sl 13:1,2]. Ele não esconde sua tristeza e desapontamento.  Ele não culpa a Deus, embora crê que Deus pode solucionar seus problemas.
(3) Súplicas e petições a Deus para transformar os infortúnios acompanhados com choro, jejum, vestidos de saco e cinzas [Jl 2:12-17, Sl 13:3,4]
(4) Confissão de fé ou declaração de confiança. Pensamentos voltados para exercitar confiança no suplicante e mobilizar Deus à ação, tais como sua honra ou por amor ao seu nome. Geralmente termina com a certeza de ser escutado. [Sl 13:5]
(5) Voto de louvor. Muitos salmos de lamento terminam com a declaração de o adorador cantará louvores ao Senhor.

Considerações Importantes:

(1) Os salmos de lamento podem ser individual [3; 5; 6; 7; 13; 17; 22; 25; 26; 27:7-14; 28; 31; 35; 38; 39; 42-43; 54-57; 59; 61; 63,64; 69; 70; 71; 86; 88; 102; 109; 120; 130; 140; 141; 142; 143] ou comunitário [44; (58); (60); 74; 79; 80; 83; (106); (125)]
(2) Os contextos destes salmos são dias de jejum nacional e/ou festivais de lamento conclamados por várias calamidades nacionais, tais como guerra, exílio, pestilência, seca, fome, e pragas no caso de lamento nacional, mas no lamento individual eles surgiram de situações de aparente risco de vida mais do que de situações do dia a dia; tais situações podem incluir doença, infortúnio, perseguição por inimigos.

B. Salmo de Louvor [8; 19; 29; 33; 65; 67; 68; 96; 98; 100; 103; 104; 105; 111; 113; 114; 117; 135; 136; 139; 145-150.]

Forma

1. Uma convocação para louvar a Deus
2. Motivos para louvar a Deus: Pelas suas qualidades e atributos e/ou pelas suas ações regulares ou repetidas, inclusive sua obra da criação, na providência e especialmente no trato com Israel.
3. O Salmo 100 segue este modelo.

Considerações Importantes:

(1) Possuem várias subcategorias segundo a estrutura, tópico ou motivo de louvor.
(2) Hinos eram cantados como parte da adoração em diversas ocasiões, inclusive festivais sagrados, assim como em outros momentos, talvez por um coral ou um cantor individual.
(3) Alguns desses salmos eram cantados à medida que os peregrinos iam ao Templo. Eram os cânticos de romagem ou Salmos dos Degraus. [120-134]

C. Salmos Históricos

Estes salmos fazem uma retrospectiva da história de Israel, lembrando os ouvintes dos pecados da nação, louvam a Deus por seus feitos graciosos em favor do povo e incentivam as pessoas a confiarem no Senhor, porque Ele lhes tem sido fiel. [Sl 78]

D. Salmos Imprecatórios

Alguns salmos contêm maldições ou imprecações contra os inimigos do povo de Deus. [Sl 139:19-22, 35,69,109]. Esses salmos causam certo desconforto a alguns cristãos porque parecem retratar uma atitude vingativa, exatamente o oposto da ordem de Jesus [Mt 5:44]. Há aqueles que creem que tais salmos são impróprios para os cristãos. Entretanto, uma análise cuidadosa dessas expressões de justa indignação demonstra que elas não são motivadas por desejo pecaminoso ou vingativo. No Sl 109:6-20 revelam os pecados dos ímpios que são a mentira e acusações falsas contra o justo [2-5]. O autor pede a Deus que julgue os ímpios, sendo que o próprio Deus afirmou que seria essa a maneira como recompensaria os maus por suas atitudes. [6-20]
 O desconforto que os cristãos modernos sentem ao ler essas orações pode ser um indicio da tendência atual de amenizar a seriedade do pecado. Paulo entregou à morte e a Satanás o cidadão de Corínto [I Co 5], amaldiçoou quem pregassem outro evangelho [Gl 1:6-10]. Ambos, Davi e Paulo possuíam uma compreensão da ira de Deus contra o pecado do que muitos imaginam. Ambos os testamentos ordenam amar o próximo [Lv 19:18, Mt 19:19] e ambos condenam a vingança [Dt 32:35, Hb 10:30] assim como ambos ensinam a odiar e fugir do pecado, porque Deus o odeia.

E. Salmo de Confissão e de Penitência.

Um marca dos que amam a Deus é aversão ao pecado, o desejo de evitar atitudes ou atos pecaminosos e a disposição de confessar seu pecado para que possam receber o perdão de Deus. Embora o Dia da Expiação fosse uma dia de humilhação e penitência [Lv 16] os crentes do VT podiam reconhecer suas falhas e receber o perdão de Deus a qualquer momento. O ato da confissão estava ligado ao sacrifício no Templo, mas não era a parte mais importante do culto, antes a busca de Deus era um coração quebrantado [Sl 51;16,17]. Exemplos de salmos de confissão são Sl 51,32 ambos ligados ao adultério de Davi com Bate-Seba.

F. Salmos de Sabedoria

Sua identificação não é fácil, mas uns grupos de salmos se encaixam perfeitamente nesta categoria: 1,37,73,112,127,128]. Os temas [prosperidade e destruição , o justo e o insensato, o sofrimento do justo] e suas declarações em tom proverbiais indicam que os salmistas liam escritos de sabedoria e criam que esses ensinamentos poderiam instruir o povo de Israel.

G. Salmos Reais

Neste grupo de salmos estão os cânticos a respeito de um rei terreno ou canções de sua autoria, bem como hinos sobre o reinado de Deus. No primeiro grupo encontram-se os salmos 20,21,45,72,89 e 132. Nele o salmista pede a Deus que proteja o rei ungido de Jerusalém e lhe conceda vitória. No segundo grupo encontram-se os salmos 47,93, 96-99 que celebram o governo soberano de Deus.

H. Salmos Messiânicos

Alguns salmos são descrições de alguma experiência de Davi, que além de sua experiência pelo salmo retratada apontam para além de si, para um dos seus descendentes, o Messias, Filho de Davi. [Sl 2, 110]. Alguns comentaristas discordam da maneira de interpretar alguns salmos que aparentemente não são messiânicos no AT, mas que aparecem citados no NT como tais. Eles acreditam na existência de um duplo cumprimento, enquanto outros teólogos são da opinião de que há um cumprimento tipológico. Em qualquer dos casos, é importante que o estudante primeiro tente descobrir o que as passagens significavam para Davi e seus  compatriotas israelitas.

5. Valor dos Salmos

A. Em período de dificuldade, os crentes podem levar seus fardos a Deus, pois ele sempre ouve as orações dos que se aproximam dele e os consola.
B. Uma oração por ajuda divina não deve apenas enfocar nosso problema ou necessidade, deve também exaltar a capacidade de Deus, renovar nosso compromisso de confiar nEle e confirmar nosso desejo de glorifica-lo.
C. A alegria do Senhor deve encher o coração e os lábios daqueles a quem Deus abençoa.
D. Devemos louvar a Deus porque Ele nos criou, porque somos seu povo e porque Ele supre nossas necessidades.
E. Deus participa de forma soberana da direção da vida do crente.
F. Apesar do pecado humano, Deus oferece seu perdão gratuito aos que se arrependem.
G. Deus odeia o pecado e julgará o pecador.
H. Os preceitos a respeito da vida estão revelados nas Escrituras.
I. Deus é o Rei de toda a terra. Ele reina com todo o poder e com justiça perfeita. No final dos tempos o Messias derrotará os poderes terrenos e todos o louvarão. E Ele governará toda a terra.


terça-feira, 8 de maio de 2012


Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 1

AULA
DATA
CONTEÚDO
TEXTO BÁSICO
01
08/04
Os Históricos: Esdras a Ester
Panorama do AT – 12
Conheça Melhor o AT – pg. 124-135
Entenda o AT – pg. 91-104

O PÓS-EXÍLIO

   Os livros de Esdras, Ester e Neemias oferecem uma visão de “bastidores” das atividades do povo escolhido de Deus, da época de seu retorno à Palestina até o fim da era veterotestamentária.. Podemos dividir esse episódio do relato bíblico em quatro períodos:

I.  ESDRAS, O REFORMADOR [ aprox. 539-457 a.C]

a. A Volta [Ed 1-2]

  Quando Ciro, rei da Pérsia, conquistou a Babilônia, promulgou um decreto permitindo que os judeus retornassem a Jerusalém. Foi uma política inversa de deportar os povos conquistados.

  Milhares de judeus deixaram a Babilônia, levando consigo os utensílios que Nabucodonosor havia retirado do templo, cerca de 50 mil exiliados viajaram de volta a Jerusalém [538 a.C]. É fato que alguns preferiram ficar pois se encontravam confortavelmente estabelecidos naquele novo país, não querendo enfrentar os transtornos da mudança 

 Destacam-se entre os 11 líderes mencionados Zorobabel, neto de Jeoaquim [dinastia de Davi] e Jesua [Josué], sumo-sacerdote.

b. Estabelecimento em Jerusalém [Ed 3-4]

  Ao chegarem edificaram um altar e reiniciaram a adoração a Deus, restabelecendo os sacrifícios. Cânticos e louvor triunfante da nova geração acompanharam o lançamento dos alicerces. Os idosos choraram ao lembrar a glória do templo de Salomão [3:10-13].

c. O novo templo [5,6]

 Ageu e Zacarias, os profetas, foram fundamentais na reconstrução do novo templo, pois animavam e fortaleciam o povo. A construção foi completada em cinco anos [520-515 a.C]. Depois da reconstrução os sacerdotes e levitas retornaram suas atividades, segundo a lei de Moisés.

d. Da Babilônia para Jerusalém [Ed 7-8]

 Neste período prevalece as ações de Esdras que retornou a Jerusalém em 457 a.C. Ele foi nomeado escriba e estudioso da Lei, foi comissionado por Artaxerxes , rei persa a liderar o retorno dos judeus. Houve um grande uma grande mobilização para este retorno, envolvendo ofertas voluntárias e toda uma logística. Esdras convocou o povo a orar e jejuar, para rogar a proteção de Deus para esta longa e perigosa viagem  até Jerusalém. [1500 km e 3 e ½ meses de viagem]

e. A reforma [Ed 9-10]

 Quando Esdras soube que os israelitas haviam casados com pagãos convocou uma assembleia e confrontou o povo, demonstrando a seriedade de tal ofensa, os culpados reconheceram o erro, ofereceram sacrifícios e solenemente juram anular os casamentos.

II. NEEMIAS, O GOVERNADOR [aprox. 444 a.C]

 Neemias sem dúvida nenhuma e uma das personagens mais brilhantes da era pós-exílica. Ele desistiu de sua posição na corte persa para servir ao seu povo na reconstrução dos muros de Jerusalém.

a. Comissionado por Artaxerxes [1-2:8]

 Ele era copeiro do rei, mas foi confrontado em seu íntimo ao ser informado sobre a situação de Jerusalém. Orou, confessou, chorou, jejuou [1:4-11] depois apresentou seu pedido ao rei diante da pergunta inquiridora dele sobre o estado do coração de Neemias. O rei comissionou Neemias para retornar e atuar como governador.

b. A Missão [2:9-6-19]

Ao chegar, Neemias percorreu Jerusalém para inspecionar e fazer um levantamento da situação. Ele reuniu e organizou o povo que animados se puseram a trabalhar. Levantou-se oposição por parte de Gesem, Tobias e Sambalá. Mesmo diante da oposição, Neemias orou e trabalhou ativamente. Todas as tentativas do inimigo foram em vão. Neemias orava mais e mais a fim de resistir aos ataques. Em 52 dias o muro foi reconstruído.

c. A Reforma sob a direção de Esdras [7-13]

 Depois dos muros reconstruídos, Neemias dedica-se a organizar e proteger a cidade. Ele reorganizou a população para que ocupassem toda a cidade, principalmente ao redor dos muros. Neemias juntamente com Esdras lideraram o povo para a leitura da Lei, à observância da Festa das Trombetas, do Dia da Expiação e da Festa dos Tabernáculos. Aqui foi enfatizada a proibição do casamento misto e a observância do sábado.

 Em 432 a.C ao retornar de uma viagem a Pérsia Neemias descobriu e confrontou muitas irregularidades: a permissão de estrangeiros na cidade, a negligência no serviço do templo, a desobediência a guarda do sábado e os casamentos mistos.

III. ESTER, A RAINHA

O livro de Ester relata a experiência dos judeus que permaneceram na terra do exílio, em vez de retornar a Jerusalém. Embora o nome de Deus não seja mencionado nesse livro, a providência divina e seu cuidado sobrenatural pelos israelitas estão presentes no relato.

a. Os judeus na corte persa [Et 1-2]

Ester foi coroada rainha da Pérsia por Xerxes [Assuero] substituindo Vasti. Mordecai, primo que adotara, foi usado por Deus para descobrir a trama de dois guardas que planejavam tirar a vida do rei. Por meio de Ester esta notícia chegou ao rei e os culpados foram enforcados, tal fato foi registrado oficialmente.

b. A ameaça ao povo judeu [Et 3-5]

Hamã, oficial persa, promovido pelo rei, exigia honras, mas Mordecai recusou, Hamã buscou a vingança planejando executar todos os judeus com a concessão do rei. Mas Mordecai consegue alertar o povo, levando-os a clamar e jejuar diante de Deus. Mordecai insiste então, para Ester intervir diante do rei pelo seu povo, pois ele acreditava que foi para isto que ela se tornara rainha [Et 4:14]. Ester convida Assuero e Hamã para um jantar por dois dias consecutivos e apresenta ao fim seu pedido.

c. O triunfo dos judeus [Et 6-10]

 Na noite posterior ao primeiro banquete, o rei não conseguiu dormir. Seus auxiliares então leram as crônicas reais e assim veio saber que Mordecai nunca recebera honras por ter salvado sua vida. Perguntado pelo rei sobre como honrar um homem que merece honra pelo rei, Hamã, supondo que era ele que receberia tal homenagem, ficou chocado ao perceber que quem receberia a honra era seu inimigo Mordecai, o mesmo a quem ele mandara fazer uma forca para o mata-lo.

  No segundo banquete, Ester diz ao rei que Hamã era culpado pela trama, como consequência ele foi enforcado na forca que prepara para Mordecai. Os judeus receberam autorização para lutar contra os inimigos. A paz retornou e os judeus festejaram sua libertação. Para relembrarem essa vitória os judeus passaram celebrar anualmente a Festa do Purim.

QUADRO CRONOLÓGICO DOS RETORNOS DO EXÍLIO


RETORNO
PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO
Referência
Esdras 1-6
Esdras 7-10
Neemias 1-3
Data
538 a.C.
458 a.C.
444 a.C.
Líderes
Sesbazar, Zorababel e Jesua
Esdras
Neemias
Rei Persa
Ciro
Artaxerxes
Artaxerxes
Acontecimentos, Realizações e Problemas
O Templo foi começado; sacrifícios foram feitos e celebrada a Festa dos Tabernáculos. Os samaritanos perturbaram e o trabalho cessou até 520. O templo foi completado em 516.
Problemas com casamentos mistos
O muro foi reconstruído em 52 dias, apesar da oposição de Sambalá e Gesém. Os muros foram dedicados e a Lei foi lida.

terça-feira, 27 de março de 2012


Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 5


05
27/03
Os Históricos: Reis e Crônicas
Panorama do AT – cap. 7-12
Conheça Melhor o AT – pg. 103-142
Entenda o AT – pg. 71-104

I e II REIS

1. Fatos Interessantes sobre os livros:

a. O título deriva das primeiras palavras no hebraico “Sendo rei”
b. Na bíblia hebraica é um só livro
c. Os livros cobrem um período que vai do reinado de Salomão, até o cativeiro de Zedequias, último rei de Judá, ou da fundação do Templo por Salomão até sua destruição por Nabucodonosor.

2. Propósito

[1] Um literário – Quer completar a história de Davi, se inicia em II Samuel, terminando com a compra de um terreno para o Templo, I Reis inicia-se com Salomão preparando a construção do Templo e II Reis continua a história até a sua destruição.
[2] Um religioso – Quer conectar que o cativeiro em 586 a.C foi fruto da quebra da aliança, lembrar do principio básico que nela foi estabelecida: Obediência gera bênção; desobediência gera maldição.

3. Esboço

I. Um Reino Destituído [I Rs 1-11]
II. Um Reino Dividido [I Rs 12 – II Rs 17]
III. Um Reino em Declínio [II Rs 18-25]

4. Conteúdo

1. O Reinado de Salomão

a. A Grandeza de Salomão [I Rs 1-11]

 - Paz e prosperidade descreve o período áureo do reinado de Salomão. Esse quadro é fruto dos esforços militares de Davi que unificou a nação, tornando Israel uma potência mundial. Seu reinado durou 40 anos.

b. O Templo de Salomão [I Rs 5-8]

Seu templo foi uma obra de arte e esplendor, que Davi sonhou construir, mas foi Salomão que executou. Calcula-se que em valores de hoje o templo custaria 87 bilhões de dólares [segundo a Sociedade dos Arquitetos de Illinois]. Templos posteriores foram maiores, mas não tão suntuosos.

c. A Sabedoria de Salomão

Ao receber o reinado de seu pai, Davi, Salomão com então 20 anos de idade sente o peso e pediu sabedoria a Deus para liderar o seu povo, o que foi prontamente atendido por Deus, que também lhe concedeu riqueza e honras. Essa sabedoria é exemplificada no relato de I Rs 3:16-28 que trata da solução de quem era a mãe do menino que tinha sobrevivido. Sua sabedoria causou admiração a muitos, espalhando-se pelo mundo a fora como também gerou os livros de Provérbios, Eclesiastes e Cantares.

d. A Queda de Salomão

Um aspecto triste e trágico é a queda moral e espiritual de Salomão [I Rs 11] , o homem que foi tão abençoado em sabedoria, poder e riqueza, que alcançou fama internacional terminou sua vida em fracasso. Salomão abandonou a devoção pura a Deus. Suas múltiplas esposas e concubinas foram-lhe um laço que o levou a permitir a idolatria contra o culto verdadeiro ao verdadeiro Deus. [Dt 17:17].

  Enquanto Salomão estava vivo constrói-se o cenário para o rompimento da unidade nacional. Por causa da desobediência, o reino foi dividido em 931 a.C [I Rs 11:9-43]. Por causa de Davi o julgamento foi adiado até a morte de Salomão.

2. O Reino do Norte: Israel [Capital Samaria]

Ao norte 10 tribos se rebelaram contra a dinastia de Davi, que reinava em Jerusalém e estabeleceram um reino sob a liderança de Jeroboão [I Rs 12 – II Rs 17]. Outro nome dado para este reino é Efraim [Is 7; Os]. O reino do Norte durou cerca de 2 sec. [931-722 a.C]

a. Os reis do Norte

Jeroboão, Baasa, Jeú, Elá, Onri, Acabe [Jezabel], Acazias, Jorão, Jeú, Jeocaz, Jeoás, Jeroboão II, Manaém e Pecaías, Peca e Oséias.

b. Os profetas Elias e Eliseu

Elias apareceu em Israel com seus poderes miraculosos, combatendo repentinamente o culto a Baal instituído por Acabe e Jezabel.  Depois de uma seca que durou três anos e meio, desafiou os adeptos de Baal e supervisionou a execução dos profetas de Jezabel. Temeu a reação dela, mas Deus o tratou e o restaurou. Seu último feito foi ungir Eliseu, seu sucessor. O ministério de Eliseu foi maior e mais amplo como Elias trouxe denúncia da idolatria desafiando reis que seguiam a Baal. Operou maiores milagres que Elias. Um fato memorável foi a cura de Naamã de sua lepra. Foi reconhecido como “homem de Deus” além das fronteiras de Israel. Seu último foi ungir Jeú para destruir a casa de Acabe e todo o sistema de adoração a Baal em Israel.

3. O Reino do Sul: Judá [Capital Jerusalém]

Após a morte de Salomão apenas duas tribos ficaram fiéis a dinastia de Davi, em Jerusalém: Judá e Benjamim. O reino do Sul, ou Judá, preservou seu governo por cerca de 3 séculos e meio [931 -586 a.C] Vinte reis comandaram Judá durante este período. O reino do Sul caiu sob o poder da Babilônia em 586 a.C.

a. Os reis do Sul

Roboão, Abias, Asa, Josafá, Jeorão ou Jorão, Acazias, Atália, Joás, Amazias, Uzia ou Azarias, Jotão, Acaz
Ezequias, Manasses, Amom, Josias, Joacaz, Jeoaquim, Joaquim, Zedequias. Sendo que destes somente 8 foram tementes aos Senhor.

Reis que merecem destaque:

Josafá – Reinou por 25 anos, construindo um dos períodos mais estimulantes e fervoráveis para Judá. Durante seu reinado estimulou o ensino da lei, manteve a paz com outros povos, construiu fortalezas e cidades-celeiros. Sob ameaça de guerra pelos edomitas e moabitas proclamou um jejum e orou pelo seu povo [II Cr 20:12]

Ezequias – Iniciou uma reforma, chamou os levitas e assim reparou e purificou o Templo para a adoração. Celebrou a Páscoa, destruiu a serpente de bronze feita por Moisés [Nm 21:4-9], construiu aquedutos e enfrentou o rei da Assíria, Senaqueribe, mas confiante no Senhor e sob a profecia de Isaías, obteve vitória. Foi sepultado com honra.

Josias – Começou a reinar com 8 anos, aos 16 anos começou a buscar o Senhor de todo o coração. Fez uma grande reforma religiosa, recuperou o Livro da Lei, celebrou a Páscoa.

4. Características deste período:

a. Hostilidade entre as duas nações divididas, reino de Israel e reino do Sul.
b. Período de grande apostasia religiosa, principalmente idolatria.
c. Neste período houve grandes reformas e avivamentos espirituais.
c. Um período de intensos milagres sobre a liderança de Elias e Eliseu e juízos divinos.

5. Lições deste Período

a. Ambição egoísta afeta os outros –

De Salomão passando por vários outros reis, vemos o fracasso em função da ambição e materialismo. Acordos com nações vizinhas corromperam a fé em Deus, trazendo tristes consequências morais, sociais e espirituais a nação.

b. Conduta ímpia corrompe os outros –

Jeroboão ilustra tal verdade. Ele corrompeu uma com suas práticas idolatras e imorais. [I Rs 14:16, 15:26, 30, 34; 16:2,3,26;21:22 e II Rs 3:3; 10:31;13:6,11;14:24;15:9,18,24,28;21:11,16]. Quando um rei peca e leva o seu povo a extraviar-se.

c. Testemunho corajoso inspira outros

Há líderes notáveis no meio dessas trevas de idolatria e imoralidade. Deus levanta profetas com coragem e temor.

d. Santidade pessoal enriquece a outros

Se o comportamento profano corrompe; o comportamento santo inspira e enriquece. Se vivemos de tal forma que glorificamos a Deus, outras pessoas serão ajudadas. Reis como Josafá e Josias revelam isto. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 4


AULA
DATA
CONTEÚDO
TEXTO BÁSICO
04

Os Históricos: De Josué a II Samuel
Panorama do AT – cap. 5,6,7
Conheça Melhor o AT – pg 63-102
Entenda o AT –43-70

I. RUTE [Amizade]

1. Propósito

Retratar o ânimo religioso e o amor de duas mulheres de países diferentes numa época de rivalidade inter-racial, violência e idolatria. Lembrar a genealogia de Davi.

2. Conteúdo

- Livro curto, mais de grande importância. Esta história pertence dentro do tempo dos Juízes. Narrando a história de um casal de Belém [Elimeleque e Noemi] que saíram de Judá em vista da fome, com seus 2 filhos e foram para Moabe. Elimeleque morreu e seus filhos casaram com moabitas [Orfa e Rute], depois de 10 anos, os filhos morreram. Restando 3 viúvas. Então Noemi decidi voltar ao saber que a fome terminara, Rute a segue, creio ali “convertendo-se”, ficando atraída por sua fé.

- Elas voltam no tempo da colheita, e lhes é permitido “respingar” [Lv 19:9-10, 23:22, Dt 24:19]. Deus estruturou uma lei social [“bolsa família” x “vara de pescar”]. Rute foi trabalhar e Deus a guiou para o campo de Boaz, que era parente de Noemi, que pela providência terminou em achar Rute, casando-se com ela. Seu filho seria o avô de Davi [Rt 4:14-22]

a. Livro que Honra as Mulheres

Dois livros do VT têm nome de mulher, Ester e Rute. Na época de Rute destaca-se ainda Débora e Jael. O amor e a fé de Rute são singulares.

b. Fé gentia no AT [1:16]

Sua expressão de fé é uma clara indicação de que Deus não é apenas dos judeus, é para todos os povos e nações. Assim como Raabe veio a se converter por temor [Js 2:9-13]; Rute veio por uma reação de amor [1:16]. O Senhor usa tanto o amor como o medo para ativar a fé no AT e NT.

3. Lições

a. Ponha Deus em primeiro lugar.

Aqueles que o honra, Ele o honrará. Rute pois sua confiança em Deus, que poderia parecer aos olhos de uma pessoa pagã que este Deus não cuidava de seu povo. Sua ação foi um passo de fé, tendo em vista que não conhecia Israel, que estava deixando sua terra e que Noemi poderia morrer. Rute se refugiou em Deus [2:22]. Sua devoção foi recompensada. Não devemos trabalhar ou servir por recompensa, mas é fato que Deus opta pra dá-la.

b. Deus guia os passos daquele que nEle confia. [2:3]
Deus nos ama guiar-nos.

c. Deus cuida de nós.

Judá tinha fartura, mas Noemi não tinha dinheiro, mas Deus amparou as amigas nesse momento providenciando o sustento.

II. I E II SAMUEL

Na Bíblia hebraica é só um livro, chamando-os “profetas anteriores” ele criam que Deus falava pelos atos históricos.

1. Propósito

O livro tem como objetivo é apresentar a história de Israel desde o estado anarquia ao estado de monarquia teocrática.

2. Conteúdo

Os personagens principais apresentam o conteúdo principal dos livros:

a. Eli [I Sm 2:12-36]

- Era um juiz, agindo como um sacerdote e profeta, mas tendo uma liderança política em Israel. Eli, no entanto é um modelo desastroso de liderança religiosa e familiar. Ilustra o estado em que se encontra a nação. Seus filhos eram devassos e Eli não disciplinava [I Sm 3:13, 2:29]

b. Samuel

Samuel foi o escolhido de Deus para substituir Eli. O período começa com opressão dos filisteus, a arca tinha sido roubada e isto trouxe desgraça sob os filisteus, que a devolve a Israel, após sete meses em uma carroça. Samuel usa esta situação para chamar o povo a uma fé renovada. Assim o povo confessa seus pecados e serão vitoriosos sob os filisteus durante o governo de Samuel [I Sm 7:3-17]. Samuel ungiu dois reis, Saul e Davi. Infelizmente tem-se uma nota triste em Samuel, seus filhos não temia ao Senhor [I Sm 8:3]

c. Saul [I Sm 9-15]

O povo não percebia uma liderança adequada nos filhos de Samuel e assim implorou por um rei. Samuel não viu com bons olhos tal pedido [I Sm 8:4-22]. Tal opção era a confiança mais na aparência física do que na força espiritual.

Ele era alto e acanhado [9:1-2], ele não queria governar [10:21-22], começou bem no reinado, mas não demorou muito, Saul revelou-se um homem impaciente, por querer assumir uma função sacerdotal ao ofertar sacrifícios foi por Samuel exortado [13:1-15]. Ele era um homem tempestuoso [14:24-45], avarento [15:9], hipócrita [15:13] e desobediente [15:17-23]. Saul tornou-se inimigo de Davi, tentando-o matar, por inveja e ciúmes. Saul por fim veio a consultar uma feiticeira para conversar com Samuel. Terminou sua vida de uma forma trágica e inglória, ao suicidar-se, demonstrando a futilidade de uma mera aparência na execução da obra do Senhor.

d. Davi

É um dos homens mais estimado na Bíblia. Ele é o padrão para qual Deus vai avaliar todos os demais reis. Foi escolhidos por Deus e ungido por Samuel, embora aparentemente não possuísse o “perfil” para ser um rei. Sua vitória contra o gigante filisteu demonstra sua confiança e fé em Deus. É o homem segundo o coração de Deus. Seus salmos são inspiradores. O que faz Davi ser tão grandioso?

[1] Seu amor por Deus, sua relação de profunda afeição é algo tocante [Sl 16, 42, 63]
[2] Tinha uma grande e inabalável confiança em Deus
[3] Era um servo humilde mesmo sendo um grande rei
[4] Aprendeu a esperar no Senhor, deixando qualquer sentimento de vingança pessoal
[5] Mostrou capacidade de aceitar sua culpa e reagir positivamente diante do castigo de Deus
[6] Amava e era companheiro de seus amigos e servos.

Se Davi é grandioso, não podemos negar suas fraquezas:

[1] O pecado com Bate-Seba [II Sm 11-12]
[2] A tragédia dos filhos –

- Teve 12 esposas e 10 concubinas, 21 filhos e uma filha. Amom, Absalão e Adonias morreram tragicamente, sendo um potencial herdeiro  ao trono. Davi foi responsável por sua péssima condução na liderança do lar [I Rs 1:6. O que nos parece difícil de lidar é que homens como Davi e Samuel não foram bons pais, tendo filhos que não era piedosos; enquanto que Saul, teve um filho piedoso: Jônatas [Ez 18]

 Desafio: 

Quem de fato veio a conversar com Saul, quando este foi buscar a feiticeira de En-Dor, Samuel ou um demônio? [I Sm 28:7ss]


terça-feira, 13 de março de 2012

Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 3

AULA
DATA
CONTEÚDO
TEXTO BÁSICO
03
13/03
Os Históricos: De Josué a II Samuel
Panorama do AT – cap. 5,6,7
Conheça Melhor o AT – pg 63-102
Entenda o AT –43-70

I. INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS

1. Títulos

- Os hebreus chamavam de “Primeiros Profetas” [Js, Jz, I e II Sm, I e II Rs] em contraste com os “Últimos Profetas [Is, Jr, Ez, e os Doze], sendo que os “Primeiros Profetas” oferecem os cenário histórico para os “Últimos Profetas”, estes são exortativos; aqueles históricos.

- “Livros Históricos” é a classificação de 12 livros [De Js a Et]. O Pentateuco traça a história da redenção da criação até Moisés, os Históricos traça o drama histórico do povo na Palestina.

2. Autoria

- Todos os 12 livros são anônimos.

3. O Conteúdo Geral

É o registro de Israel, desde a ocupação da Palestina sob Josué, passando pelas apostasias, ocasionando a expulsão pelos os assírios e babilônicos, até a ressurreição parcial pelos persas. Este período corresponde aproximadamente 1000 anos [1405-425 a.C]. Vai de Moisés a Esdras [Ne/Ml]

II. JOSUÉ

1. Propósito: É relatar a história da conquista de Canaã e a divisão da terra entre as tribos. Este relato aborda a fidelidade de Deus, servindo como memorial a posteridade da grande vitória sob a liderança do Senhor.

2. Conteúdo

1. Situação de Canaã

- Era habitada por várias tribos [heteus, girgaseus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus, jebuseus]. Viviam em cidades com muralhas, as vezes situadas em topos de montes. Estas tribos eram politeístas. Servindo a vários deuses: El, Baal [filho de El, “Senhor dos ceús], Anate, Asterote e Aserá [esposa de Baal], Moloque e Milcom [deuses da orgia] e Camos. Esses deuses violentos e pervertidos refletem a corrupção do  povo cananeu, deuses a sua imagem e semelhança [Sl 115:8]. Essa religiosidade e crueldade pagã foram sempre tentações sedutoras para o povo hebreu.

2. A Liderança de Josué

- Ele é encorajado por Deus [1:5, 6,7,9], devido o tamanho da tarefa e a altura de quem ele estava substituindo. Sua vitória depende de sua obediência a Lei de Moisés. Deus abre um rio [cap. 4] confirmando sua fidelidade e a liderança de Josué.

3. Personagens Importantes

a. Raabe – Prostituta que sabedora dos feitos de Deus pelo seu povo, acolhe os espias. Demonstra assim uma fé em Deus [Hb 11:31, Tg 2:25], sendo resgatada da destruição da cidade e vindo a se tornar uma ancestral de Davi e do Messias.

b. Acã – Em contraste com a fé da canaanita e prostituta, temos Acã, aquela obedeceu a palavra dita, pendurando um cordão vermelho, salvando a si e sua casa. Acã sendo um hebreu desobedeceu [7:-1-5], trazendo morte e desgraça para toda a família. Acã violou a ordem direta de Deus de destruição total [6:17-19] roubando uma capa bonita, prata e ouro. Foi exposto e julgado.

4. Lições:

Três temas: Fidelidade, Pureza e Vitória. Deus é fiel, santo e invencível.

a. O povo de Deus pode depender dEle – Deus prometeu, Deus cumpriu. Sua Palavra é confiável, Ele não decepciona seu povo.
b. O povo de Deus precisa escutá-lO – Para agradar a Deus precisamos viver como Ele deseja. Nossa prioridade na vida é santidade e pureza.
c. O povo de Deus é salvo por Ele – Josué [Jeová é Salvador], no NT é Jesus. Jesus é nosso comandante, nossa vitória esta assegurada. Quem tem sua fé pessoal em Cristo, crucificado, reconhecendo  seu Senhorio estão seguros. [Rm 8:31-39]

Desafio

Como pode a total destruição dos povos cananeus ser moralmente justificada?

III. JUÍZES

1. Propósito: É preservar um registro do caráter de Israel durante o período em que não tinha um líder nacional, enfatizando a necessidade de um rei.

Se Josué retrata um povo vitorioso e conquistador, abençoado pela fé e obediência; Juízes retrata maldições vindas da desobediência. Josué é o livro de vitórias; Juízes de derrotas.

2. Conteúdo

1. Os Juízes

Logo após a morte de Josué, Israel fica sem um grande líder, assumindo assim líderes chamados por Deus para [1] livrar Israel dos povos opressores e [2] resolver disputas e defender a justiça, como um líder civil. Não era líderes nacionais, governavam regiões localizadas.

2. O Ciclo de Apostasia – Opressão – Arrependimento – Libertação [Pecado – Sofrimento – Súplica e Salvação]
Descrição: http://2.bp.blogspot.com/_dlXVwtewdb4/SkzLNsPdS7I/AAAAAAAABeo/ghOiZKihiXA/s320/ciclo+dos+juizes.JPG

Em função deste ciclo a um bordão que se repete em toda a obra que por não haver rei cada um fazia o que parecia certo. [17:6,21:25], sem um rei, há anarquia.

3. Juízes de Destaque:

a. Gideão – Sua vitória sobre os midianitas foi memorável, seu chamado revela humidade. O que chama atenção foi seu teste com a lã para confirmar seu chamado. Mas uma vez firmado em sua missão usou de uma fé e uma coragem impressionante.

b. Sansão – Foi o juiz mais bem capacitado [nazireu], seu nascimento foi predito por um anjo, foi-lhe dado grande força para livrar Israel dos filisteus, foi fraco em caráter, pois era sucumbido por paixões. Três mulheres filisteias o seduziram, embora diante de tantos fracassos o Senhor usou e mesmo assim cumpriu o propósito. Seu grande mal foi seus olhos, e estes lhe foram arrancados, terminando como um palhaço para os filisteus.

4. Lições

a. A desobediência a Deus traz sofrimento aos homens, ordens divinas não são para cercear os homens, mas para enriquecê-los.
b. Embora seja uma fase “obscura” e terrível na história do povo de Deus, não podemos deixar de perceber a bondade de Deus. Deus usou homens comuns, covardes e incapazes, fazendo-os canais de seu grande poder. Eúde era canhoto, Sangar usou uma aguilhada de boi como arma, duas mulheres foram usadas maravilhosamente para trazer vitória, Gideão era covarde, Sansão fraco em suas vontades, mas mesmo assim o Espírito de Deus os usou. Deus é gracioso, apesar das máculas humanas e acima delas. Ele toma os fracos e os faz fortes.

Desafio:

Jefté ofereceu sua filha em sacrifício ou não? [Jz 11:29-40]
Se suicídio é um pecado, por que Deus abençoou Sansão por tê-lo cometido?



quinta-feira, 8 de março de 2012

O LIVRO PREFERIDO DE JESUS



"Amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade...[Dt 30:20]



  Todos os 66 livros são especiais, não há livro mais inspirado do que outro. Embora possamos nos identificar com um em especial, reconhecemos, como afirma nossa confissão de fé, a inspiração verbal e plenária das Escrituras Sagradas. No entanto quero fazer referência a um livro no VT que me parece ser o “xodó” de Cristo. Trata-se de Deuteronômio. E certamente há motivos para isto. Seu título no hebraico é “Palavras” mas na LXX [versão grega] é “Segunda Lei”, por se tratar de um livro que condessa e repete a Lei mosaica. Quatro palavras chaves formam o conteúdo deste livro:

[1] Lembrem-se – Convida a voltar para o passado. Deus fez grandes coisas lá sendo esse exercício fundamental para uma espiritualidade sadia. É fácil demais cairmos no pecado da ingratidão.

[2] Amor – Só sabemos amar porque fomos amados, este livro aponta esta verdade, Deus ama Israel não porque são mais numerosos [7:7], mas porque quis. Deus nos ama, devemos ama-lo e amar o próximo!

[3] Acautelem-se – Uma vez fincados na terra e prósperos o povo devia tomar cuidado para que a prosperidade material não os afastasse de Deus. Prosperidade material e o viver piedoso nem sempre são bons amigos! Riquezas trazem ameaças!

[4] Obedeçam – Obediência traz bênçãos, desobediência maldição!

  É desse livro maravilhoso que temos o “Shema” de Israel [Dt 6:4-9], a doutrina central da teologia hebraica: Deus é um e por isso devemos amá-lO. Sem dúvida Deuteronômio é o livro teológico principal do AT. Os elementos centrais da Teologia dos hebreus acham-se aqui. Há 259 referências dos demais 4 livros do Pentateuco.  É o livro do AT mais citado, 356 vezes no AT e mais 190 vezes no NT. E em especial parece ser o livro favorito de Jesus, pois ele citou mais do qualquer outro livro. Usando-o em quatro citações quando foi tentado por Satanás [Mt 4]. O fim do livro é magnifico. Fala de dois grandes servos, Moisés e Josué.  É um momento de transição, Josué, um novo líder surge. Moisés, o velho guerreiro, sairá de cena. Este foi amado por Deus tanto que o próprio Senhor cuidou de seu enterro. Moisés deixou nesta obra magnífica verdades que ele conheceu do Deus que tanto amou e foi amado. Ele é o Deus que vai à frente de seu povo com passos largos, preparando o caminho adiante [31:3], Ele fica ao nosso lado quando as dificuldades nos assaltam [31:6-8,23] e é a Rocha sob nossos pés quando sentimos que tudo mais está escorregadio [32:4,15,18,30,31]. Ele é paciente, como a águia treinando no voo seus filhotes [32:11,12], e Ele é, de uma só vez, como uma fortaleza a nossa volta e braços fortes debaixo de nós [33:27]. Os que confiam nEle são verdadeiramente felizes [33:29]. Leiamos, portanto, o livro preferido de Cristo.

Pr. Luiz Correia
[Prega a Palavra]

terça-feira, 6 de março de 2012

Escola Charles Spurgeon
Prof. Luiz Correia
Introdução ao VT

Plano de Aula 2

02
06/03
O Pentateuco: De Levítico a Deuteronômio.
Panorama do AT – cap. 3,4
Conheça Melhor o AT – pg. 46-62
Entenda o AT – 31-42

I. LEVÍTICO [Chamou o Senhor = Enfatiza o fato do Senhor falar do Santuário]

1. Autoria: Moisés

2. Propósito
Chamar o povo de Deus para a santidade pessoal, sendo que os rituais retratam a santidade de Deus e enfatizam que a comunhão com Ele deve ser feita na base da expiação pelo pecado e vida obediente.

“Uma livro para os Sacerdotes” ou “A lei dos Sacerdotes”

3. Esboço

1. Sacrifícios [1-7]
2. Sacerdotes [8-10]
3. Regulamentos [11-27]

4. Conteúdo

1. Termos Chaves

 - “Santo” [kodesh] é usada predominantemente no livro. É usado para o Senhor, lugares, coisas e pessoas [Lv 11:44]. Aqui significa separado para Deus.
- As instruções não são um meio de salvação, mas de comunhão, de aproximação de Deus. A redenção é tipificada no cordeiro da Páscoa, não nas ofertas levíticas. Estas ensinam a adorar, dar graças, restaurar a comunhão interrompida pelo pecado.
- “Sangue” [93x], talvez nossa mentalidade atual tenha resistência em falar de sangue e derramamento de sangue como algo devocional, mas naquela época matar um animal para uso doméstico ou religioso não era algo incomum. Mas sangue e o seu derramamento é crucial na velha aliança [Lv 17:11]

2. Os Sacrifícios

- Esta prática já fora ministrada a Adão e Eva quando expulsos do Éden. Uma vez como nação organizada e aliançada com Deus, receberam diretrizes específicas com respeito aos sacrifícios.
- Eram 4 tipos:
a. Holocaustos – Era um sacrifício todo consumido, significando total consagração [Hb 10:1-3, 10-11]
b. Sacrifícios Pacíficos – Oferta voluntária em que o sacerdote e o ofertante comiam parte do animal, implicando comunhão [Ef 2:13]
c. Ofertas pelo Pecado – Esse sacrifício era requerido por pecados de ignorância cometidos inadvertidamente [Jo 1:29, 6:51]. [Pecados de rebelião absoluta e atitudes desafiadoras [Nm 15:30] não havia sacrifício disponível]
d. Ofertas pela culpa – Se alguém infringisse os direitos de uma outra pessoa, deveria fazer este sacrifício e restituir o prejuízo sempre que possível [Cl 2:13]

3. Sacerdotes
 - No tempo patriarcal o oficio sacerdotal era dos líderes da família, este ofício passou para Arão e seus descendentes. Eles representam o povo diante de Deus.

Características:

a. Homens da tribo de Levi, da casa de Arão
b. Banhar-se, ser vestido com vestes especiais, sacrificar e aspergir o sangue em si [orelha, polegar e dedão do pé direito]
c. Cristo é nosso sumo-sacerdote [Hb 1:3, 5:1-10, 7:25] e nós somos sacerdotes [I Pe 2:5,9 Ap 1:6], tal como fomos escolhidos, purificados e devemos nos vestir com vestes do viver puro e justo [Ap 7:14], e oferecermos sacrifícios, não com sangue [Rm 12:1,2, Hb 13:15].

Desafio:

Quais são as principais festas de Israel e seu significado?
Onde está Cristo em Levítico?

II. NÚMEROS [Falou o Senhor ou No Deserto/ Livro enfatiza lista numéricas]

1. Autoria: Moisés

2. Propósito

Preservar um registro da paciência de Deus para com o povo que ele escolhera, e demonstrar que a redentora misericórdia divina não impediu que ele os castigasse severamente por causa dos pecados deles. Mesmo tendo redimidos graciosamente, não os libertou para uma vida permissiva  e independente, salvou-os para a disciplina, serviço e batalha. É uma narrativa comovente e deprimente das andanças do povo no deserto, seus fracassos e os juízos de Deus.

3. Esboço

1. Deus ensina o seu povo [1-8]
2. Deus guia seu povo [9-10]
3. Deus corrige seu povo [11-20]
4. Deus ajuda seu povo [21-36]

4. Conteúdo

1. Organização

- Levítico fala da organização para adoração; Números para o serviço e a guerra. É feito um recenseamento [600 mil], instrução de acampamento e marcha, são disciplinados e orientados obedecerem as autoridades. Lei e ordem é necessária e essencial para o povo de Deus. Deus ama a ordem, ele opera conforme um plano e espera que sejamos assim.

- Deus cuida da vida espiritual [separa os levitas para auxiliar o sacerdócio – Nm 3-4], zela pelo bem-estar  físico impondo regras para sua saúde [5:1-10] e o bem-estar moral [Nm 5:11-31]

2. Voto Nazireu [Nm 6]

 - Era um voto realizado por qualquer um para que pudesse oferecer culto especial ao Senhor, expressava ação de graça, tais pessoas eram privados de comer ou tomar o fruto da videira, fazer uso da navalha e aproximar-se de um cadáver. Vinha ilustra vida estabelecida, mas eles são peregrinos como nós [I Pe 1:17; 2:11], o não corte nos cabelos testemunhava publicamente seu voto, a morte era o resultado da corrupção do pecado, aponta para santidade. Assim o voto ilustra uma vida dedicada de peregrinação, testemunho e santidade.

- O voto era seguido pela benção sacerdotal [Nm 6:22-27]. Lembra o poder preservador, o favor generoso e paz duradora de Deus.

3. Rebeliões

- O povo de Israel reclamava do presente e elogiava o passado, desprezavam o maná e lembravam do melão, cebola, alho, etc do Egito. Deus reage a ingratidão, deu-lhes cordonizes.
- Arão e Miriam foram punidos por invejarem a nMoisés. Assim como outros rebeldes ergueram-se contra a liderança de Moisés e foram punidos em Cades. Ali Moisés ofende a Deus por falta de fé ou da impaciência [20:11-12], ao bater na pedra. A rebelião e a murmuração marcaram esta geração de peregrinos a ponto de serem impedidos de entrarem em Canaã, peregrinando no deserto até a geração toda desaparecer. [Hb 10:26]
- Os escritores do NT veem nestas experiências como exemplos para os cristãos [I Co 10] para não cairmos na murmuração, Hebreus adverte sobre o perigo do endurecimento ao não quererem ouvir a voz de Deus [Hb 3:12-4-8].

Desafio

Nm 5:13-22 não parece ser superstição? Explique o porquê desta prática.
Onde está Cristo em Números?

III. DEUTERONÔMIO [Hb - São estas as palavras/LXX - Segunda Lei]

1. Autoria: Moisés

2. Propósito

Preparar a nova geração de Israel para viver em Canaã mediante a reafirmação da Lei. Expressa a parte fundamental da Lei em forma de sermão, lembra-lhes o passado, exorta-os no presente e encoraja-os para o futuro. Moisés faz uma retrospectiva e uma perspectiva.

3. Esboço

1. Os atos de Deus [1-4]
2. As leis de Deus [5-30]
3. Os servos de Deus [31-34]

4. Conteúdo

1. Repetição da Lei

- Eles são repetidos, mas com alguns detalhes e ênfases. Devem ser transmitidos para os filhos, mas não apenas ensinadas devem ser obedecidas, o esquecimento levará a idolatria. A vida do homem não pode suportar o vácuo espiritual. Se o amor para com Deus sair, então algo mau substituirá.
- A verdadeira espiritualidade envolve toda a vida – assuntos legais, domésticos, comunitário.

2. Palavras-Chaves

[1] Lembrem-se – convida a voltarem para o passado. Deus fez grandes coisas. Esse exercício é fundamental para uma espiritualidade sadia. É fácil demais nós cairmos no pecado da ingratidão. [Sl 103 / Ceia do Senhor]
[2] Amor – Só sabemos amar porque fomos amados, Dt aponta esta verdade, Deus ama Israel não porque são mais numerosos [7:7] mas porque quis. Deus nos ama, devemos ama-La e amar o próximo!
[3] Acautelem-se – Uma vez fincados e próspero  tomem cuidado para que a prosperidade material não os afastem de Deus. Prosperidade material e o viver piedoso nem sempre são bons amigos! Riquezas trazem ameaças!
[4] Obedeçam – Obediência traz bênçãos, desobediência maldição!

3.  “Shema” de Israel [Dt 6:4-9]

- É a teologia central dos hebreus, repetido no NT [Mt 22:37]

4. Curiosidades Importantes

- Dt é o livro teológico principal do AT. Os elementos centrais da Teologia dos hebreus acham-se aqui. Há 259 referências dos demais 4 livros do Pentateuco.
- É o livro do AT mais citado, 356 vezes, e mais 190 vezes no NT.
- É o livro favorito de Jesus, pois ele citou mais do qualquer outro livro. Usou na tentação [Mt 4]
- O fim da vida de Moisés é magnifico. É um momento de transição, Josué, um novo líder surge. O velho
guerreiro sairá de cena.

Desafio
  
Onde está Cristo em Deuteronômio?