quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AULA DE ROMANOS - [2a. Aula - 16/08]

Escola Teológica Charles Spurgeon
Análise de Romanos
Prof. Luiz Correia – 2011.2

PLANO DA 2ª. AULA

TÓPICO 1: CRONOLOGIA DAS CARTAS PAULINAS

TÓPICO 2: A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (ATOS 20:1 - 21:16)

Paulo Vai de Éfeso até Macedônia e Grécia antes de voltar à Ásia (20:1-6)
- Paulo saiu de Éfeso e foi para Macedônia e Grécia10 (20:1-3)
- Paulo ficou sabendo de uma cilada planejada por alguns judeus, e resolveu voltar pela Macedônia para Ásia (20:3)
- As pessoas que acompanharam Paulo foram até Trôade e o esperaram lá (20:4-6)

TÓPICO 3: O PROPÓSITO DE ROMANOS

1. Em que contexto?

    - Alguns afirmam que P. escreveu um tratado, um compêndio de doutrina cristã [não tendo necessariamente um teor pastoral] Não estando preso a um contexto sócio-histórico [como Gl, I Co, I Jo]. Era como se fosse um tratamento “preventivo”, pois a doutrina é um “antisséptico” contra o falso ensino.
  - No entanto todos os documentos do NT foram escritos a partir de uma situação específica. E esse contexto deriva da situação do escritor como também dos leitores. E estes fatores conjugados dá-nos o contexto histórico para a carta.  Embora não esteja tão explicitamente dito o porquê que ele escreve [como Judas, João,etc], podemos inferir alguns motivos:

2. As Circunstâncias do Autor

Corinto durante  a 3ª. Viagem. [At 20:2s]. Ele menciona 3 lugares. Jerusalém [levar a oferta que obteve entre os gentios 15:25]. Roma [uma vez que tentou ir mais ainda não tinha conseguido [1:11S, 15:23S].  Espanha [dar continuidade ao seu trabalho missionário [Rm 15:20,24,28]

Roma é estratégico, pois se encontra entre Jerusalém e a Espanha [ver mapa]. Ali em Roma podia descansar e se preparar para a Espanha. A visita em Jerusalém e Espanha eram especiais porque expressavam seus dois compromissos constantes: o bem-estar com Israel [Jerusalém] e sua missão entre o gentios [Espanha]

Ele estava apreensivo com sua visita em Jerusalém, envolveu-se na oferta, que era mais que simples dinheiro, era símbolo de comunhão judaico-cristã no corpo de Cristo, além de um ato legítimo de amor entre os gentios para com os judeus [15:27]. Por isso pede oração [15:20, 31]. Os judeus cristãos viam P. como alguém que fora infiel a sua herança judaica, pois se tornara apostolo dos gentios e ainda mais advogava a liberdade da lei, aceitar essa oferta é ser conivente com sua política liberal.  Por isso pede o apoio dos cristãos de Roma.

Seu destino imediato é Jerusalém, mais final é Espanha. Ele se dera por satisfeito com suas investidas missionárias na Galácia, Ásia, Macedonia e Acaia [Rm 15:19b]. Então para onde olha? Rm 15:20 – Espanha! A fronteira ocidental do império [v.23]. Mas podia ir à Espanha [buscar seu chapéu...] sem passar por Roma, ou mesmo lhes comunicar seus planos. Então por que lhes escreveu? Queria sua companhia [Roma ficava a 2/3 entre Jerusalém/Espanha], por isso pede sua assistência [15:24], oração e oferta. Roma era uma base de operação para sua missão ao Ocidente, assim como Antioquia foi para sua missão no Oriente.

3. Quem Fundou a Igreja?

 - Pode ter sido alguém dos que estiveram em visita a Jerusalém no dia de Pentecostes e se converteram e retornaram para formar uma igreja (At 2.10);
 - Podem ter sido convertidos das viagens missionárias de Paulo, que foram para Roma. Paulo nunca visitou esta igreja, mas desejava fazê-lo (At 19.21), pois tinha muitos amigos lá (Rm 16).

Além de avisar que iria para em Jerusalém e pedir oração, que o ajude em sua missão a Espanha e que o acolha em Roma, o que tinha no coração ao escrever? Este é um lado, o lado do autor, mas a o lado do leitor. Sua epistola diz respeito aos crentes em Roma, especialmente se suas situações. Que situações?

4. As Circunstâncias dos Leitores

Vemos que a igreja de Roma é uma comunidade mista, gentios e judeus, com predominância para gentios [1:5,13; 11:13]. E havia, portanto, um conflito entre os dois grupos. Esse conflito não era étnico [raças e culturas], mas teológico [a função da aliança e da lei, e a salvação]. Alguns sugerem que as igrejas caseiras em 16:5, 14,15 representavam posições diferenciadas. Havia uma tensão. Os judeus-cristãos, via o cristianismo como uma parte do judaísmo, e assim viam a necessidade da obediência a lei; os cristãos gentios, defendem o evangelho livre da lei [fracos e fortes Rm 14 e 15], os fracos observavam as normas cerimoniais, viam como únicos beneficiários da promessa, opunham-se a evangelização dos gentios, a menos que fossem circuncidados e observassem a lei. Para eles Paulo é um traidor da aliança, um inimigo da lei [um antinominiano]. Os fortes [gentios] defendiam o evangelho “sem lei”, desprezavam os fracos. Assim, os judeus-cristãos se orgulhavam de sua condição privilegiada, enquanto que os cristãos-gentios de sua liberdade.

A epistola visa então pacificar esta tensão, Paulo apresenta a verdade do evangelho, visando a paz e a unidade dos cristãos. Ele tem um pé nos dois lados da questão. Ele é judeu [Rm 9:3], mas é apostolo dos gentios [11:13, 1:5 15:15]. Ele, como ninguém podia reconciliar.

Para este propósito reconciliatório da busca pela unidade sem o sacrifício da verdade ele desenvolve 2 temas de suprema importância:

1. A Justificação do Pecador Culpado, somente pela graça, somente em Cristo, somente através da fé, independentemente de obras ou status. Esta verdade é gloriosa e humilhante, niveladora, sendo a base fundamental da unidade cristã.

2. O povo de Deus é redefinido, não mais segundo a descendência, circuncisão ou cultura, mas segundo a fé em Jesus, de forma que os todos os crentes são verdadeiros filhos de Abraão, independentemente de etnia ou religiosidade. Não há distinção ente judeus e gentios, visto que ambos são culpados e ambos são justificados somente através de Cristo.

TÓPICO 4: PEDRO FOI BISPO EM ROMA?

TÓPICO 5 : JUDEUS OU GENTIOS

A igreja de Roma era composta por judeus e também por gentios. A carta é dirigida tanto a uns como aos outros. A capital do império era uma grande metrópole com mais de um milhão de habitantes. Havia grande concentração de judeus em Roma, tanto na época da expulsão deles em 49 d.C. pelo imperador Cláudio, como no tempo em que o imperador Nero incendiou Roma, em 64 d.C. Nessa ocasião, as chamas devoraram dez dos quatorze bairros de Roma.

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