terça-feira, 30 de agosto de 2011

Escola Teológica Charles Spurgeon
Análise de Romanos
Prof. Luiz Correia – 2011.2

PLANO DA 4ª. AULA: ROMANOS 2-3



ROMANOS CONTRA O HOMOSSEXUALISMO [Rm 1:26-27]

CAPÍTULO 2

COMO FUNCIONA O JUÍZO DE DEUS [1-11]

Será que P. perdeu o juízo? A salvação é pela fé [1:16] ou por obras. A salvação é pela fé, o julgamento pelas obras. No julgamento público é a presença da fé salvadora será evidenciada pela manifestação de obras. A fé salvadora resulta invariavelmente em boas obras.

COMO SERÃO JULGADOS OS QUE NÃO RECEBERAM A VERDADE PELA LEI?

O julgamento será justo [6-8] e imparcial [9-11]. Embora não possuam a lei [com os judeus], possuem conhecimento moral [lei gravadas no coração, 15] e pecado por sua desobediência, portanto culpa e julgamento. [v.12]. Verso 13 é hipotético, veja Rm 3:20. Assim os gentios embora não possuam a lei em suas mãos, possuem em seus corações, pois Deus as colocou e é sob esta base que Deus julgará os gentios.

COMO SERÃO JULGADOS OS QUE RECEBERAM A VERDADE PELA LEI?

P. usa 8 expressões para descrever os judeus e sua presunção. [1] judeus [povo escolhido] [2] apoia na lei [só possuem, ouvem, mas não obedecem] [3] orgulha-se em Deus [monoteístas][4] conhece a vontade de Deus [5]aprova o que é superior [6]  instruído pela lei [7] convencido de sua competência [8] tem na lei a expressão do conhecimento e da vontade.

Mas então P. vira a mesa! Vocês não vivem de acordo com o conhecimento que possuem. Não praticam aquilo que pregam. Faz 4 perguntas retóricas para chamar a atenção tamanha hipocrisia!

Circuncisão [25-29]

Circuncisão era um sinal externo de uma aliança, não um passe de mágica [batismo], não era é seguro contra a ira de Deus, não substituía a obediência. Mas os judeus tinha ‘ “circuncisão” como um amuleto, um fetiche [crucifixo]. “Um homem circuncidado não vai para o inferno” [ver At 15:1]. A verdadeira circuncisão é “a conversão” pela fé [arrependimento e fé]. Circuncisão – Obediência = Incircuncisão /  Incircuncisão + Obediência = Circuncisão . A evidência de pertencer a aliança não é a circuncisão ou o possuir a lei, mas a obediência, que ambas esperam. Não é salvação pela obediência, mas a obediência como evidência da salvação.

CAPÍTULO 3

Paulo pressupõe que sua afirmação anterior, de que todo o legado do judaísmo não justifica o judeu, trará reações dos leitores judeus. Ultraje e indignação viriam em seus corações pois parece que Paulo ataca a base do judaísmo [o caráter de Deus e sua aliança].

Paulo para responder a esta questão ele usa um “diatribe” era um diálogo imaginário que um professor travava com seus alunos, fazendo a pergunta e respondendo. [Rm 2:1ss,17ss]. Este interlocutor pode ser um judeu na sinagoga durante a evangelização, ou um aluno que interrompia a sua aula, ou até mesmo ele, quando era um fariseu não convertido, ele debate consigo mesmo. [Fp 3]

Paulo afirmara que não havia nenhuma diferença fundamental entre os judeus e não judeus e que a lei e a circuncisão não garantia nem imunidade do julgamento e nem identidade do povo judeu.
Quais as vantagens do ser judeu, já que isto não lhe isentava do julgamento? Paulo fala de um [v.2] e alistará mais em Rm 9:4.

Rm 3:9-10

Paulo depois de sua longa argumentação vai chegar a conclusão final – Que se conclui? Os gentios são culpados [1:18-32], os  hipócritas moralistas são culpados [2:1-16] e os arrogantes judeus também [2:17-3:8]

Vemos nesta afirmação: [1] A ausência de Deus na vida do homem. Ele não busca Deus visando sua glória, não existe lugar para Deus e este não O ama com todo o seu ser! Pecado é o destronar Deus! [2] A natureza destruidora do pecado, como uma praga que infesta a vida afetando tudo no homem mente, emoções, sexualidade, consciência, vontade. Tudo  - garganta, língua, lábios, boca, pés e olhos... Usamos nossos membros para destruição! Eis aqui um resumo da depravação total [total incapacidade] de Calvino [Telip] [3] O pecado é universal

Fomos corrompidos pelo pecado em todo o nosso ser, os teólogos chamam isto de total depravação humana, isto não significa que os pecadores são sempre tão ruins quanto poderiam ser. Isto não significa que a expressão da natureza pecaminosa sempre é vívida em toda sua plenitude. Não significa que os descrentes são incapazes de atos de bondade, benevolência, boa vontade ou altruísmo. E não significa que os não-cristãos não consigam apreciar a bondade, a beleza, a honestidade, a decência e a excelência. Significa sim que nada disto possui algum mérito diante de Deus. Depravação total significa que o mal contaminou cada aspecto de nossa humanidade – nosso coração, mente, personalidade, emoções, consciência, motivações e vontade. Pecadores não-remidos são, portanto, incapazes de fazer qualquer coisa para agradar a Deus [Is 64:6]. Eles são incapazes de amar genuinamente a Deus que se revela nas Escrituras. Eles são incapazes de obedecer de coração, com motivações corretas. São incapazes de entender a verdade espiritual. São incapazes de ter fé genuína [...] significa que os pecadores não têm capacidade  de fazer o bem espiritual ou de fazer algo em prol de sua própria salvação quanto ao pecado [John Macarthur]

“Ninguém é tão mau quanto  poderia ser...nenhum dos nossos atos é tão bom quanto deveria ser” [J.I. Packer]

Rm 3:19-21 – O Papel da Lei -A palavra "aio" ou "tutor" (NVI) vem de uma palavra grega que quer dizer,  literalmente, "uma pessoa que conduz uma criança". Os aios na época de  Paulo foram servos responsáveis pela proteção dos filhos de seus    senhores, levando-os para a escola, corrigindo-os, etc. Não foram os professores, nem os pais, mas serviam para cuidar da criança. É claro que esta função foi temporária. Quando o filho chegou à maioridade, não estava mais sujeito ao aio. Em Gálatas, Paulo mostra que as pessoas que estavam sujeitas à lei de Moisés no passado não permanecem subordinadas a este "aio". Ele afirma que a lei cumpriu sua função temporária. Por isso, ela não tem o mesmo domínio depois da chegada da fé em Cristo.

Rm 3:21-31

A justificação não é o mesmo que perdão. Perdão é algo negativo, é a absolvição da penalidade ou dívida; justificação tem conotação positiva – é declarar que alguém justo e conceder o direito de desfrutar a comunhão com Deus. Perdão: Pode ir. Você está livre da pena que seu pecado merece. Justificação: Pode vir. Você é bem-vindo para desfrutar todo o meu amor e minha presença.

Justificação não é o mesmo que santificação.  Justificar é declarar ou considerar uma pessoa justa, e não torna-la justa. Para o catolicismo a justificação é o mesmo que santificação [justificação infundida]. Ela se inicia no batismo, onde se purifica o pecado recebe uma justiça nova que é infundida paulatinamente mediante obras.

1. A fonte da justificação: Deus e sua graça [v.24]. Deus toma a iniciativa do início ao fim. O Pai não relutava, antes ele planejou. O Filho não coagiu Pai. O Filho não foi coagido também. Ele se entregou voluntariamente, sob submissão do Pai. Graça é Deus amando, Deus se humilhando em nosso favor!

2. A base da justificação: Cristo e sua cruz. Sob que fundamento Deus justifica o ímpio, pois afinal Ele é justo. Como pode um Deus justo justificar um injusto sem comprometer sua justiça. [Pv 17:15] A resposta é a cruz! Sem cruz não há justificação. [v.25]. Paulo expressa a cruz em termos de:

[1] Redenção –Termo comercial emprestado dos mercados. No AT usado para compra de escravos para serem libertos [remissão]. A ideia é que o homem pecador é um escravo e que a cruz pagou o preço de sua libertação.

[2] Propiciação – Ato de aplacar a ira divina, ou tornar Deus propício. Parece ser indigno a Deus. Vem da tampa de ouro da arca da aliança que ficava no Santo dos Santos. No dia da Expiação, o sangue do sacrifício era salpicado sobre a tampa da arca [o propiciatório]. Jesus pelo seu sangue propiciou a reconciliação entre Deus e o pecador.

Por que a propiciação é necessária? Por causa da ira de Deus contra o pecado!
Quem é responsável pela propiciação? Não o homem, mas Deus. Nós não podemos, mas Deus o faz! [Jo 3:16]
Como se consegue a propiciação? Por meio da morte de Cristo em nosso lugar.

3. O meio da justificação: a fé [v.22,25,26] – Sola fide! Fé não é mérito humano [salvação é monérgica!]. Salvação não é um empreendimento cooperativo do homem com Deus, onde ela entra com a cruz e eu com a fé. O valor da fé não reside nela, mas no objeto dela, Cristo. A fé é a resposta, a mão que recebe! Portanto a salvação não é pelas obras. A justificação pela fé é a espinha dorsal do cristianismo e a antítese de toda forma de auto-salvação. É o que diferencia o cristianismo de toda as outras religiões.

Ninguém pode se gloriar diante de Deus [3:27-31]

[1] A justificação pela fé destrói a vangloria! Toda a autoconfiança é derrubada! Todo orgulho! [Ef 2:8-9]
[2] A justificação pela fé destrói as barreiras étnicas e raciais. Deus é Deus de todo o que crê! A aliança com a Abraão foi cumprida em Cristo!
[3] A justificação pela fé cumpre a lei! O AT já revelava que a justificação era pela fé [Abraão e Davi]. A lei teve um propósito no plano de salvação, era expor o pecado e condená-lo, mantendo o pecador trancafiado em sua culpa até Cristo libertá-lo pela fé. A fé não anula a lei, ante a cumpre [Rm 6-8]

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